São mais de cem piadas com ilustrações do cartunista espanhol José Luis Martín onde Deus, o profeta Maomé ou Buda são mostrados tentando explicar os erros da sociedade ou em que fiéis e líderes religiosos riem de si mesmos...
Apesar da sensibilidade da tema, o Ministério da Justiça espanhol não teme ser alvo das mesmas ameaças de agressão sofridas em 2005 pelo jornal dinamarquês Jyllands Posten, que publicou uma charge sobre Maomé que causou protestos - muitos deles violentos - da comunidade muçulmana em vários países.
"Não há uma só piada que ridicularize ninguém. O que aparece no livro é uma seleção de histórias escolhidas pelos próprios praticantes dessas religiões", disse à BBC Brasil a assessoria de imprensa da Fundação Pluralismo e Convivência, órgão que pertence ao ministério e edita o livro.
Mesa de bar
Segundo a fundação, a ideia de publicar O Sorriso Divino surgiu em uma conversa em mesa de bar durante um congresso de religiosos na Espanha.
De forma espontânea, os representantes de diversas religiões começaram com a brincadeira de contar piadas, cada um sobre sua própria congregação.
Deste encontro, surgiram histórias que abordam com humor os principais tópicos sobre católicos, judeus, muçulmanos, evangélicos e até praticantes da Cientologia.
Sobre o judaísmo há piadas como a de um filho que pergunta ao pai:- O que é a ética?
O pai, comerciante judeu responde: - Vou te explicar, filho. É o seguinte; imagina que uma cliente entra na nossa loja, compra uma calça que custa 50 euros, mas na hora de pagar, se engana, me dá uma nota de 100 euros e vai embora.
- A ética é: conto isso ao meu sócio ou não?
Os católicos são alvo de uma piada que começa com três sacerdotes conversando sobre o problema da invasão de morcegos nas naves de suas igrejas.
O primeiro disse que pegou uma espingarda, atirou nos bichos, mas não acertou em nenhum e ainda ficou com as paredes esburacadas.
O segundo afirmou que botou veneno, espantou os morcegos, mas eles acabaram voltando mais tarde.
Já o terceiro disse rindo: - Eu achei a solução. Batizei todos, os obriguei a ser fiéis e a pagar o dízimo. Nunca mais voltaram!
Para deixar clara sua intenção de tentar usar o humor como fator de integração, o livro é introduzido por textos escritos por teólogos e representantes da Unesco dizendo que o humor é uma ferramenta de autocrítica e que as piadas contadas sem crueldade podem servir para despertar o diálogo e a tolerância.
Fonte: BBC
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