Por John Wilson
Na versão da oração do Pai Nosso que aparece no evangelho segundo Mateus, encontra-se a seguinte súplica: “Perdoa as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores”. O modelo de súplica, ensinado por ninguém menos que o próprio Cristo, atravessa os séculos como símbolo de devoção e inspiração para boa parte da humanidade. Mais que uma simples prece, contudo, ao Pai Nosso encerra uma série de reflexões. Uma delas é em relação ao perdão, tão bem expresso na frase “perdoa nossas dívidas, assim como nós perdoamos a quem nos deve”. Mas, o que pode ser dito sobre a metáfora do pecado como uma dívida? E de que forma tal metáfora se difere daquela que é comum em boa parte da Bíblia, sobretudo no Antigo Testamento, também em referência ao pecado? Por outro lado, de que forma essa lógica do pecado como débito se relaciona com a ênfase da Igreja de Cristo nos primeiros dias na graça, ou com a discussão do período da Reforma sobre a questão dos méritos? Em suma, qual a sua implicação na doutrina da expiação?