Vai começar o ano da Bíblia no país da Bíblia. Citando o bordão preferido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pode-se dizer que, em 2008, a leitura e a divulgação da Palavra de Deus serão impulsionadas como nunca antes na história deste país. Lançada pela Sociedade Bíblica do Brasil agora em dezembro, a promoção Ano da Bíblia celebra uma série de acontecimentos festivos, como o 60º aniversário da SBB e o bicentenário da impressão e distribuição, no Brasil, dos primeiros novos testamentos em português. Além disso, o evento chega em momento especial para a Sociedade Bíblica do Brasil – ano passado, a instituição ficou em primeiro lugar mundial no santo negócio da produção da Bíblia Sagrada, com 5,6 milhões de exemplares completos impressos e distribuídos. É o melhor resultado entre as Sociedades Bíblicas Unidas, confraria internacional de publicadoras que envolve 145 entidades do gênero, com atuação em cerca de 200 nações e territórios. Será um ano inteiro de atividades, eventos e programações visando a popularizar a leitura bíblica. Para tanto, foi criado o Comitê Nacional de Apoio e Referência ao Ano da Bíblia, formado por pastores, empresários, personalidades, parlamentares e dirigentes de seminários e instituições evangélicas, com a participação de diretores e conselheiros da própria SBB. Comitês estaduais também foram implantados, reunindo lideranças locais e secretários regionais da Sociedade Bíblica. De norte a sul do país, diversas iniciativas vão se somar às que já são realizadas há anos pela entidade, como distribuição de bíblias e literatura cristã e programas sociais que atenderam, ano passado, cerca de 50 milhões de pessoas – inclusive, através de barcos-hospital que percorrem a Amazônia e beneficiam as comunidades ribeirinhas isoladas. Há ainda projetos de inclusão de deficientes físicos e apoio a presidiários, entre muitas outras iniciativas. “Esperamos que todos estejam unidos nesta campanha que vai impactar a sociedade brasileira”, discursou o presidente da SBB, o veterano pastor Enéas Tognini, no evento de lançamento do Ano da Bíblia, realizado em São Paulo, em setembro. Há bons motivos para acreditar nisso. Segundo país em números relativos de evangélicos (eles já seriam 22% da população nacional), o Brasil tem consumido cada vez mais bíblias. A evolução está nos números: em 2004, esse mercado faturou cerca de R$ 110 milhões; no ano seguinte, foram R$ 133 milhões, e em 2006, cujas cifras ainda estão sendo fechadas, teriam sido 160 milhões de reais, com uma distribuição de mais de 8 milhões de exemplares. A estatística inclui a produção de todas as editoras que distribuem bíblias no Brasil. “O grande objetivo do Ano da Bíblia é estimular as pessoas a lerem a Palavra de Deus”, resume o diretor executivo da SBB, o pastor Rudi Zimmer – ele próprio um erudito nas Escrituras, com doutorado em teologia e línguas bíblicas. “Se a leitura da Bíblia realmente crescer entre o povo brasileiro, certamente teremos pessoas melhores, famílias fortalecidas, igrejas mais consagradas e um país melhor”, entusiasma-se Zimmer. “A programação preparada visa exatamente isso: envolver as pessoas na leitura bíblica e, conseqüentemente, ter uma vida mais dedicada ao estudo das Escrituras.” Gigantismo – É impossível falar da SBB sem reconhecer seu gigantismo. Fundada em 1948, no Rio de Janeiro, com objetivo de difundir a Bíblia e sua mensagem, ela é uma entidade sem fins lucrativos tornou-se referência mundial em seu ramo de atividades. Pesou para isso, sem dúvida, a inauguração, em 1995, da Gráfica da Bíblia, grandioso empreendimento sediado em Barueri, na Grande São Paulo. Maior do gênero na América Latina, a Gráfica da Bíblia ocupa uma área de mais de 6 mil metros quadrados e tem capacidade de produzir, mensalmente, 1,2 milhão de bíblias completas e novos testamentos. Altamente especializada, a SBB imprime exemplares das Escrituras nas mais diversas apresentações, desde volumes de luxo até bíblias populares, cujo preço ao consumidor não ultrapassa os R$ 5 – mais barato que um lanche. De suas rotativas saem bíblias em 17 idiomas, incluindo línguas maciçamente disseminadas neste mundo globalizado, como inglês e espanhol, e dialetos tribais, como o iorubá, falado na Nigéria. De suas rotativas saem também bíblias em árabe, muitas das quais acabam chegando às mãos de cidadãos de países onde o cristianismo é reprimido. Ao todo, a empresa exporta para 96 países.Além das bíblias completas, a editora produz uma série de produtos, como porções e seleções de textos, bíblias temáticas e material de vídeo, áudio e multimídia. Equilibrar as necessidades do mundo empresarial com a vocação espiritual da entidade é um desafio. “Nossa missão é levar a Bíblia a todos, numa linguagem que possam entender e a um preço que as pessoas possam pagar. Dentro dessa missão, há também uma visão empresarial – para alcançar isso é preciso muita competência profissional”, frisa Zimmer. “A realidade corporativa e missionária precisam conviver na SBB, como em qualquer outra instituição. Mas, quem orienta o trabalho, sem dúvida alguma, é a missão”, garante o executivo.“Bíblia para todos” – O lançamento do Ano da Bíblia vai ao encontro dessa vocação, garante Erní Walter Seibert, secretário de Comunicação Social da Sociedade Bíblica do Brasil. A idéia é prestar serviços e popularizar como nunca a cultura bíblica. “Temos muitos programas de relacionamento que nos aproximam das pessoas e das instituições cristãs do país”, explica Seibert, que também preside a Associação de Editores cristãos (Asec). “Realizamos, em todo o país, seminários de ciências bíblicas, além de encontros com nossos sócios evangelizadores, com livreiros e lideranças”, enumera. A SBB, que já mantém o Museu da Bíblia, também em Barueri, e o Centro Cultural da Bíblia, no Rio de Janeiro, está organizando exposições temporárias sobre temas bíblicos em várias cidades brasileiras. “Preparamos mostras em todo o país. Um exemplo disso é a exposição no Hall Monumental da entrada da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, em comemoração ao Dia da Bíblia. “Estamos nos esforçando para que as pessoas saibam quem é a SBB, conheçam o que ela faz e apóiem seus trabalhos”, continua. “Nossa avaliação é que hoje um número maior de pessoas conhecem mais sobre a Sociedade Bíblica e a vêem como uma organização que se esforça para levar a Bíblia Sagrada a todos”, encerra.Programação diversificadaCom lançamento previsto para próximo dia 9 de dezembro – não por coincidência, o Dia da Bíblia –, a promoção Ano da Bíblia prevê uma extensa programação. A Sociedade Bíblica do Brasil (SBB) quer fazer de 2008 um ano de disseminação de cultura bíblica e leitura da Palavra de Deus. Com o lema “A Bíblia: Um livro para todos”, a entidade está organizando uma série de atividades, como cultos comemorativos e manifestações públicas em diversas partes do país. Já no dia 9, está marcado um abraço simbólico em Belo Horizonte (MG). Milhares de pessoas, reunidas no centro da cidade, recitarão textos bíblicos a uma só voz. Outra atividade é o Pedalando por Bíblias, passeio ciclístico temático que acontece na capital mineira e em São Paulo. Quem aprecia o estudo das Escrituras vai ter muitas oportunidades – a programação prevê maratonas de leitura e ciclo de palestras em instituições de ensino. Haverá também festivais de música gospel e erudita, exposições e a realização do 4º Fórum de Ciências Bíblicas, no Museu da Bíblia. Isso sem falar, claro, na intensificação das campanhas de distribuição gratuita da Palavra de Deus a públicos específicos. Em junho de 2008, na passagem do 60º aniversário da SBB, será lançado o projeto da Bíblia Manuscrita. Em várias cidades do país, serão montadas réplicas dos scriptorium, recintos da época medieval onde eram copiados livros, onde os interessados poderão ter a experiência de copiar textos bíblicos à mão. Algumas dessas bíblias manuscritas que serão produzidas ficarão expostas ao público. “Uma será doada à Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, e outra integrará o acervo do Museu da Bíblia”, antecipa o pastor Eude Martins, coordenador do Ano da Bíblia.Quem quiser mais informações sobre o Ano da Bíblia pode acessar o site da SBB (http://www.sbb.org.br/) Grande produção de um grande livroDesde sua fundação, em 1948, a Sociedade Bíblica do Brasil produziu e distribuiu. 62 milhões de bíblias completas. 13 milhões de novos testamentos. 103 milhões de porções bíblicas. 3,7 bilhões de seleções bíblicasOs números incluem a produção até 2006.
(Fonte: SBB) / Cristianismo Hoje
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