A polêmica do evangelismo nas linhas de trem da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) voltou. Segundo reportagem pubicada pelo jornal “O Estado de S.Paulo” de domingo (6), um grupo de cerca de 2 mil evangélicos de diferentes denominações - que vão e voltam diariamente do trabalho cantando hinos religiosos e falando sobre Jesus Cristo dentro dos vagões -, lutam atualmente para preservar uma atividade que já dura 28 anos e foi colocada em xeque pela CPTM. Respaldada pelo artigo 40 do regulamento de transportes ferroviários, que proíbe a prática "de atividades que venham a perturbar os usuários", desde o começo do ano passado os seguranças da empresa iniciaram uma cruzada para tirar do trem evangélicos que insistem em continuar pregando.
Juntamente aos usuários de droga e vendedores ambulantes, são o alvo principal dos guardas. "O trem não é local adequado para se fazer pregação", disse o gerente de Segurança da CPTM, Júlio Antônio Gonçalves. Na semana passada, para tentar sensibilizar os chefes da companhia, um grupo de evangélicos foi recebido na Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos. Levaram dez boletins de ocorrência denunciando agressões e humilhações nas linhas de trem."Trata-se de perseguição religiosa. Não queremos brigar com ninguém, mas conversar. Nossos direitos estão sendo violados", acusa o pastor Marcelo Oliveira Silva, de 34 anos, que prega há 13 nos trens e preside a Cruzada Evangelística Interdenominacional dos Trens das Boas Novas, entidade que representa o grupo. Companhia mantém posturaA postura dos guardas da companhia, contudo, permaneceu a mesma. "A reunião não mudou nosso entendimento das normas, que continuarão sendo cumpridas", garante o gerente de Segurança. Ele condena eventuais excessos dos guardinhas, mas diz zelar pelo bem-estar dos passageiros. E cita as 137 reclamações registradas em 2007 por passageiros incomodados com os evangélicos. Mas a situação terá desdobramentos. O vereador Carlos Bezerra Júnior (PSDB) ataca duramente o governo e diz que levará o assunto ao governador José Serra. "É uma decisão de burocratas higienistas que demonstram preconceito religioso e social. São pessoas que nunca pisaram na periferia e não sabem o papel desse grupo no dia-a-dia dos mais pobres."
Fonte: Estadao.com.br
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