ÍNDIA (30º) - A comunidade cristã do Estado de Chhattisgarh está profundamente abalada desde o ataque e tortura pavorosos cometidos por uma quadrilha no distrito de Surguja.
À meia-noite de 3 de outubro, na vila de Dumarbhavna, a 110 quilômetros de Premnagar, três jipes lotados de nacionalistas hindus arrombaram a porta de uma casa onde acontecia um encontro de três dias de oração. Os nacionalistas atacaram os participantes enquanto estes dormiam – forçando, inclusive, dois cristãos a agredirem seus companheiros de oração, sob ameaça de morte.
A quadrilha, que faz parte do grupo extremista hindu Dharma Sena (Exército Religioso), espancou os participantes da reunião de oração, incluindo as mulheres, e levou três dos participantes para a casa de Parmeshwar Beik, em seus jipes.
“Achamos que nos levariam para a delegacia de polícia, mas fomos levados ao ‘local secreto’, onde apanhamos a noite toda”, contou Yahoshu Kujur, pastor da Abençoada Igreja de Deus à agência de notícias Compass.
Muneshwar Ekka e Parmeshwar Beik apanharam primeiro, e então, os nacionalistas hindus os obrigaram a agredir o terceiro cristão capturado, Ravi Devangan.
“Eles nos ameaçaram de morte, caso não batêssemos em Ravi”, contou Beik ao pastor Yahoshu. “Estávamos tão assustados e sem opção que batemos em Ravi até que ele caiu desacordado”.
Depois de não conseguir encontrar os três cristãos na delegacia de polícia na manhã seguinte, o pastor os encontrou no Hospital Público Srinagar, onde Ravi foi internado com ferimentos internos e ferimentos em seu peito, pernas e outras partes do corpo.
“Ravi, motorista por profissão e morador da vila de Mehagai, estava visitando Parmeshwar”, disse o pastor. “Ele foi o que mais apanhou, em casa e no local secreto, durante o ataque”.
O pastor acrescentou que a esposa de Ravi presenciou o ataque a casa.
Inércia policial
O pastor Yahoshu contou a Compass que a polícia internou os três cristãos seqüestrados no hospital Srinagar, sendo que Ravi estava seriamente ferido e os outros dois em choque.
A esposa de Ravi também sofreu ferimentos internos durante o ataque, conta o pastor.
“Ashok Sahu e outros quatro líderes cristãos foram até a delegacia no dia 4 de outubro e denunciaram o acontecido, mas até agora, nenhuma atitude foi tomada”, prossegue o pastor.
A polícia supostamente tem enganado os cristãos, dizendo que nenhuma denúncia de “conversão forçada” será registrada contra membros de grupos de oração se eles concordarem em não registrar queixa contra os nacionalistas hindus.
“Eles nos dizem que libertaria os três se concordássemos com a proposta”, contou o pastor ao Compass.
Apesar disso, a polícia registrou um caso de “conversão forçada” contra três cristãos sob a seção 3 e 4 da Chhattisgarh Dharma Swantantraya Adhiniyam (Lei de Liberdade Religiosa Chhattisgarh).
Se condenados, os cristãos receberão a sentença de um ano de prisão, e/ou terão de pagar uma fiança de 5 mil rúpias (100 dólares). Eles compareceram diante do tribunal em Surajpur no dia 6 de outubro. Um quarto cristão, Fakir Chand Toppo, também foi falsamente acusado, conta o pastor.
Até o momento, os quatro cristãos estão presos em Surajpur, apesar das tentativas de liberá-los sob fiança continuarem.
Tradução: Priscilla Figueiredo
Fonte: Compass Direct
Nenhum comentário:
Postar um comentário