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quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Conflito por posse gerou onda de violência no Egito

EGITO (19º) - Em outubro, um cristão copta foi morto por um muçulmano que queria comprar sua casa na vila de Tayyiba.

Esse ato de violência resultou em um levante que danificou vitrines de lojas e causou a prisão de 48 pessoas. Três cristãos e um muçulmano ficaram feridos.

O conflito originou-se por questões de domínio de posse. Uma fonte copta disse à agência de notícias Compass que cristãos em Tayyiba são mais abastados do que os muçulmanos, o que freqüentemente deixa-os ressentidos.

Diz-se que essa onda de violência em outubro motivou o conflito de 4 de novembro, que teve como pretexto o fato de um garoto de mostrar desrespeito durante um cortejo fúnebre, não desmontando de seu jumento.

Tayyiba estava estável até o presente momento, embora constantemente considera-se que a vila está preste a sofrer com a violência religiosa. Essa situação é comum no Egito, disse o padre Metias Nasr, do Cairo, ao Compass.

“Esta vila é como qualquer lugar no Egito”, ele disse. “Pode-se dizer que, em um minuto qualquer, qualquer lugar pode ser destruído por fanáticos, às vezes, por meio até de encorajamento das forças de segurança.”

A Igreja copta enfrentou recentes dificuldades em outras cidades egípcias, com o governo tentando obstruir suas atividades religiosas.

No dia 19 de novembro, a prefeitura da cidade de Alexandria destruiu um orfanato inacabado em Lumbroso. O local já estava mobiliado e pertencia à igreja de Abu-Seifin. Ele era estimado em 6 milhões de libras egípcias (U$ 1 milhão).

A prefeitura alega que o prédio não tinha licença. Os líderes da igreja disseram que a demolição foi ordenada pelo prefeito muçulmano, Ali Labib.

Ali é ex-chefe de polícia em Alexandria, e em seus dois anos de mandato como prefeito, recusou licenças para a construção de novas igrejas ou para a reforma das já existentes, disse um padre copta que solicitou anonimato.

O padre disse que o orfanato só conseguiu a licença porque foi ela foi emitida antes da posse de Labib.

O islamismo tem presença cada vez maior na esfera pública egípcia. Enquanto o governo tenta acabar com extremistas, a Irmandade Muçulmana, uma organização que apóia a jihad, atrai o apoio da população por oferecer assistência médica e aulas particulares de baixo custo para crianças. O grupo tem sido acusado de violência.

Nas últimas quatro décadas, a Irmandade introduziu sua marca de islamismo fundamentalista nas escolas, mesquitas e na mídia egípcia, de acordo com o autor e intelectual Tarek Heggy.

Os cristãos egípcios, conhecidos como coptas, pertencem à Igreja Ortodoxa e totalizam 12 milhões entre os 79 milhões de habitantes do país. Existem grupos menores de católicos e protestantes.


Tradução: Vanessa Portella



Fonte: Compass Direct

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