INDONÉSIA (47º) - Funcionários do governo da região central das Ilhas Molucas, Indonésia, prometeram reconstruir antes do Natal duas igrejas e várias casas incendiadas durante um tumulto extremista no vilarejo de Letwaru, distrito de Masohi.
As promessas vieram após centenas de ativistas de uma organização jovem protestar nas ruas da cidade vizinha de Ambon em 15 de dezembro, responsabilizando esses funcionários por terem fracassado em manter a lei e a ordem, relatou a imprensa local.
Nesse mesmo dia, a polícia também interrogou formalmente uma professora primária cristã acusada de fazer comentários anti-islâmicos. Welhelmina Holle foi acusada de insultar o islã enquanto ensinava um de seus estudantes.
Após a distribuição em 23 de novembro de um folheto que acusava a professora, cerca de 500 manifestantes se reuniram do lado de fora da secretaria de educação e do quartel-general da polícia em 9 de dezembro, quando o protesto evoluiu para um tumulto de grande escala.
Muçulmanos furiosos destruíram 69 prédios, incluindo duas igrejas de uma mesma congregação, 42 casas de cristãos, quatro lojas e um prédio de administração do vilarejo. Também atacaram inadvertidamente 16 casas de muçulmanos. Várias pessoas que tentaram impedir o levante, incluindo um oficial da polícia, foram feridas durante o alvoroço.
O tempo decorrido entre o folheto de 23 de novembro e os tumultos de 9 de dezembro mostram que a polícia foi frouxa, disse a pastora Maureen Latuihamallo Ferdinandus, líder da Igreja Protestante das Molucas em Letwaru.
“As questões de blasfêmia se espalharam desde 23 de novembro. O intervalo de tempo até o dia do tumulto, 9 de dezembro, foi suficientemente grande”, disse ela. “Contudo, a polícia falhou em se antecipar aos grandes protestos e ao alvoroço no vilarejo.”
Reconstrução e ajuda
“Estamos comprometidos em terminar a reconstrução das casas e das igrejas antes do Natal para que os cristãos não tenham que celebrá-lo em abrigos temporários”, disse Abdullah Tuasikal, chefe da regência de Maluku Tengah, ao The Jakarta Post.
Abdullah pediu a todos os que trabalham com construção civil na região para participar dos esforços de reconstrução, enquanto as administrações da província e da regência de Molucas alocaram dois bilhões de rúpias (US$ 181.000,00) para o projeto.
A reconstrução da Igreja de Siloé começou no dia 13 de dezembro. Funcionários do governo também prometeram substituir 200 cadeiras que foram queimadas no ataque.
No momento, a ajuda está chegando aos poucos aos 1.764 desabrigados pelos tumultos, dos quais 1.523 são cristãos e 241 muçulmanos. Não se sabe do paradeiro de outras 200 pessoas.
O vilarejo de Letwaru, de população predominantemente cristã, faz fronteira com um vilarejo muçulmano através de uma estreita rua que separa ambas as comunidades. Quando o tumulto irrompeu, a turba atacou 16 casas do lado de Letwaru da rua sem saber que eram ocupadas por muçulmanos.
Dizem os críticos que a ajuda do governo está longe de ser adequada. Pastora Maureen disse que os moradores desabrigados do vilarejo precisam desesperadamente de água, roupas, fogões e utensílios de cozinha. A maior prioridade era água, pois os estoques eram limitados na delegacia de polícia e na prisão que tinham servido de abrigo temporário para alguns moradores do vilarejo.
A maioria dos cristãos desabrigados refugiou-se em lares de parentes nos vilarejos vizinhos, enquanto as vítimas muçulmanas optaram por ficar com parentes na cidade vizinha de Masohi.
“Temos tido dificuldades em identificar as necessidades dos desabrigados, uma vez que eles estão espalhados”, disse Maureen à agência Compass Direct.
Em 12 de dezembro, três dias após os tumultos, as ruas de Letwaru estavam desertas. Poucos cristãos ousaram se aventurar a sair para o trabalho ou para o mercado. Uma moradora disse ao Compass que não havia retornado ao trabalho porque “ainda não havia segurança”. Entretanto, a vida continuava normal no centro de Masohi, área em que a maioria dos moradores é muçulmana.
O chefe da polícia das Molucas, general-de-brigada Mudji Waluyo, disse ao The Jakarta Post que designaria dois terços da força policial da região central das Molucas para manter a segurança na área durante as comemorações do Natal e do Ano Novo, além das tropas militares.
A polícia apontou Asmara Wasahua, Muhammad Patty e Holle, a professora primária, como os suspeitos pelo tumulto. De acordo com relatos da imprensa local, a polícia acusou Asmara, candidato da Justiça Islâmica e do Partido do Bem-Estar Social, de distribuir folhetos de ódio e mobilizar os protestos.
Tradução: Getúlio Cidade
Fonte: Compass Direct
As promessas vieram após centenas de ativistas de uma organização jovem protestar nas ruas da cidade vizinha de Ambon em 15 de dezembro, responsabilizando esses funcionários por terem fracassado em manter a lei e a ordem, relatou a imprensa local.
Nesse mesmo dia, a polícia também interrogou formalmente uma professora primária cristã acusada de fazer comentários anti-islâmicos. Welhelmina Holle foi acusada de insultar o islã enquanto ensinava um de seus estudantes.
Após a distribuição em 23 de novembro de um folheto que acusava a professora, cerca de 500 manifestantes se reuniram do lado de fora da secretaria de educação e do quartel-general da polícia em 9 de dezembro, quando o protesto evoluiu para um tumulto de grande escala.
Muçulmanos furiosos destruíram 69 prédios, incluindo duas igrejas de uma mesma congregação, 42 casas de cristãos, quatro lojas e um prédio de administração do vilarejo. Também atacaram inadvertidamente 16 casas de muçulmanos. Várias pessoas que tentaram impedir o levante, incluindo um oficial da polícia, foram feridas durante o alvoroço.
O tempo decorrido entre o folheto de 23 de novembro e os tumultos de 9 de dezembro mostram que a polícia foi frouxa, disse a pastora Maureen Latuihamallo Ferdinandus, líder da Igreja Protestante das Molucas em Letwaru.
“As questões de blasfêmia se espalharam desde 23 de novembro. O intervalo de tempo até o dia do tumulto, 9 de dezembro, foi suficientemente grande”, disse ela. “Contudo, a polícia falhou em se antecipar aos grandes protestos e ao alvoroço no vilarejo.”
Reconstrução e ajuda
“Estamos comprometidos em terminar a reconstrução das casas e das igrejas antes do Natal para que os cristãos não tenham que celebrá-lo em abrigos temporários”, disse Abdullah Tuasikal, chefe da regência de Maluku Tengah, ao The Jakarta Post.
Abdullah pediu a todos os que trabalham com construção civil na região para participar dos esforços de reconstrução, enquanto as administrações da província e da regência de Molucas alocaram dois bilhões de rúpias (US$ 181.000,00) para o projeto.
A reconstrução da Igreja de Siloé começou no dia 13 de dezembro. Funcionários do governo também prometeram substituir 200 cadeiras que foram queimadas no ataque.
No momento, a ajuda está chegando aos poucos aos 1.764 desabrigados pelos tumultos, dos quais 1.523 são cristãos e 241 muçulmanos. Não se sabe do paradeiro de outras 200 pessoas.
O vilarejo de Letwaru, de população predominantemente cristã, faz fronteira com um vilarejo muçulmano através de uma estreita rua que separa ambas as comunidades. Quando o tumulto irrompeu, a turba atacou 16 casas do lado de Letwaru da rua sem saber que eram ocupadas por muçulmanos.
Dizem os críticos que a ajuda do governo está longe de ser adequada. Pastora Maureen disse que os moradores desabrigados do vilarejo precisam desesperadamente de água, roupas, fogões e utensílios de cozinha. A maior prioridade era água, pois os estoques eram limitados na delegacia de polícia e na prisão que tinham servido de abrigo temporário para alguns moradores do vilarejo.
A maioria dos cristãos desabrigados refugiou-se em lares de parentes nos vilarejos vizinhos, enquanto as vítimas muçulmanas optaram por ficar com parentes na cidade vizinha de Masohi.
“Temos tido dificuldades em identificar as necessidades dos desabrigados, uma vez que eles estão espalhados”, disse Maureen à agência Compass Direct.
Em 12 de dezembro, três dias após os tumultos, as ruas de Letwaru estavam desertas. Poucos cristãos ousaram se aventurar a sair para o trabalho ou para o mercado. Uma moradora disse ao Compass que não havia retornado ao trabalho porque “ainda não havia segurança”. Entretanto, a vida continuava normal no centro de Masohi, área em que a maioria dos moradores é muçulmana.
O chefe da polícia das Molucas, general-de-brigada Mudji Waluyo, disse ao The Jakarta Post que designaria dois terços da força policial da região central das Molucas para manter a segurança na área durante as comemorações do Natal e do Ano Novo, além das tropas militares.
A polícia apontou Asmara Wasahua, Muhammad Patty e Holle, a professora primária, como os suspeitos pelo tumulto. De acordo com relatos da imprensa local, a polícia acusou Asmara, candidato da Justiça Islâmica e do Partido do Bem-Estar Social, de distribuir folhetos de ódio e mobilizar os protestos.
Tradução: Getúlio Cidade
Fonte: Compass Direct
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