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segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Decisões de fim de ano, se permanecem, salvam vidas

"Este ano, resolva não se matar com decisões fracas", que não duram. O título do texto que divulga recente pesquisa realizada por uma universidade americana poderia até servir para sermões de fim de ano em igrejas cristãs brasileiras. E o objetivo seria levar mais pessoas a aproveitarem esta época para entrarem 2009 com firmes resoluções que aumentem sua qualidade de vida. A universidade é a Duke University e os pesquisadores demonstram que as consequências negativas de algumas decisões pessoais são razões suficientes para levar a pessoa a manter seus votos por todo o ano novo.

A investigação, conduzida por Ralph L. Keeney, concluiu que decisões pessoais levam a mais de um milhão de mortes prematuras por ano nos Estados Unidos. O trabalho aponta que as más escolhas (obesidade e tabagismo, e sua relação com doenças do coração e câncer) são a principal causa de morte no país.

Keeney lamenta que as escolhas pessoais sejam feitas sem que se pare pra pensar nas suas implicações de longo prazo. E cita alguns tipos de opções feitas rotineiramente que acabam trazendo complicações e até resultando em morte. Por exemplo, ter relações sexuais desprotegidas, dirigir sem cinto de segurança, consumo excessivo de álcool, direção imprudente, homicídio e suicídio.

Os resultados do trabalho de Keeney mostraram que mais de 55 por cento de todos os óbitos de indivíduos com idade entre 15 e 64 anos poderiam ser atribuídas a decisões pessoais que poderiam facilmente ser trocadas por alternativas disponíveis. Em outras palavras, tais mortes poderiam ser evitadas se decisões diferentes e fáceis de executar fossem tomadas. Porque, como afirma o estudioso, "os indivíduos têm uma grande quantidade de controle sobre sua própria mortalidade".

Segundo o relatório, "o senso comum afirma que são opções que salvam vidas: evitar fumar, beber álcool com moderação, fazer exercícios físicos regularmente, dirigir sóbrio, respeitar os limites de velocidade, não usar drogas ilícitas e praticar sexo seguro".

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Vilarejo indonésio será reconstruído após alvoroço

INDONÉSIA (47º) - Funcionários do governo da região central das Ilhas Molucas, Indonésia, prometeram reconstruir antes do Natal duas igrejas e várias casas incendiadas durante um tumulto extremista no vilarejo de Letwaru, distrito de Masohi.

As promessas vieram após centenas de ativistas de uma organização jovem protestar nas ruas da cidade vizinha de Ambon em 15 de dezembro, responsabilizando esses funcionários por terem fracassado em manter a lei e a ordem, relatou a imprensa local.

Nesse mesmo dia, a polícia também interrogou formalmente uma professora primária cristã acusada de fazer comentários anti-islâmicos. Welhelmina Holle foi acusada de insultar o islã enquanto ensinava um de seus estudantes.

Após a distribuição em 23 de novembro de um folheto que acusava a professora, cerca de 500 manifestantes se reuniram do lado de fora da secretaria de educação e do quartel-general da polícia em 9 de dezembro, quando o protesto evoluiu para um tumulto de grande escala.

Muçulmanos furiosos destruíram 69 prédios, incluindo duas igrejas de uma mesma congregação, 42 casas de cristãos, quatro lojas e um prédio de administração do vilarejo. Também atacaram inadvertidamente 16 casas de muçulmanos. Várias pessoas que tentaram impedir o levante, incluindo um oficial da polícia, foram feridas durante o alvoroço.

O tempo decorrido entre o folheto de 23 de novembro e os tumultos de 9 de dezembro mostram que a polícia foi frouxa, disse a pastora Maureen Latuihamallo Ferdinandus, líder da Igreja Protestante das Molucas em Letwaru.

“As questões de blasfêmia se espalharam desde 23 de novembro. O intervalo de tempo até o dia do tumulto, 9 de dezembro, foi suficientemente grande”, disse ela. “Contudo, a polícia falhou em se antecipar aos grandes protestos e ao alvoroço no vilarejo.”

Reconstrução e ajuda

“Estamos comprometidos em terminar a reconstrução das casas e das igrejas antes do Natal para que os cristãos não tenham que celebrá-lo em abrigos temporários”, disse Abdullah Tuasikal, chefe da regência de Maluku Tengah, ao The Jakarta Post.

Abdullah pediu a todos os que trabalham com construção civil na região para participar dos esforços de reconstrução, enquanto as administrações da província e da regência de Molucas alocaram dois bilhões de rúpias (US$ 181.000,00) para o projeto.

A reconstrução da Igreja de Siloé começou no dia 13 de dezembro. Funcionários do governo também prometeram substituir 200 cadeiras que foram queimadas no ataque.

No momento, a ajuda está chegando aos poucos aos 1.764 desabrigados pelos tumultos, dos quais 1.523 são cristãos e 241 muçulmanos. Não se sabe do paradeiro de outras 200 pessoas.

O vilarejo de Letwaru, de população predominantemente cristã, faz fronteira com um vilarejo muçulmano através de uma estreita rua que separa ambas as comunidades. Quando o tumulto irrompeu, a turba atacou 16 casas do lado de Letwaru da rua sem saber que eram ocupadas por muçulmanos.

Dizem os críticos que a ajuda do governo está longe de ser adequada. Pastora Maureen disse que os moradores desabrigados do vilarejo precisam desesperadamente de água, roupas, fogões e utensílios de cozinha. A maior prioridade era água, pois os estoques eram limitados na delegacia de polícia e na prisão que tinham servido de abrigo temporário para alguns moradores do vilarejo.

A maioria dos cristãos desabrigados refugiou-se em lares de parentes nos vilarejos vizinhos, enquanto as vítimas muçulmanas optaram por ficar com parentes na cidade vizinha de Masohi.

“Temos tido dificuldades em identificar as necessidades dos desabrigados, uma vez que eles estão espalhados”, disse Maureen à agência Compass Direct.

Em 12 de dezembro, três dias após os tumultos, as ruas de Letwaru estavam desertas. Poucos cristãos ousaram se aventurar a sair para o trabalho ou para o mercado. Uma moradora disse ao Compass que não havia retornado ao trabalho porque “ainda não havia segurança”. Entretanto, a vida continuava normal no centro de Masohi, área em que a maioria dos moradores é muçulmana.

O chefe da polícia das Molucas, general-de-brigada Mudji Waluyo, disse ao The Jakarta Post que designaria dois terços da força policial da região central das Molucas para manter a segurança na área durante as comemorações do Natal e do Ano Novo, além das tropas militares.

A polícia apontou Asmara Wasahua, Muhammad Patty e Holle, a professora primária, como os suspeitos pelo tumulto. De acordo com relatos da imprensa local, a polícia acusou Asmara, candidato da Justiça Islâmica e do Partido do Bem-Estar Social, de distribuir folhetos de ódio e mobilizar os protestos.


Tradução: Getúlio Cidade

Fonte: Compass Direct

Ex-muçulmana e cristão tentam se casar

Uma ex-muçulmana casada com um homem de origem cristã está tendo problemas para validar seu casamento. A mulher se converteu enquanto estudava no exterior. Ela conheceu seu marido em seu próprio país, embora ele seja de um país árabe diferente. Ambos não puderam se casar legalmente por ser ela uma mulher legalmente muçulmana e, por isso, não pode se casar com um não-muçulmano.

Contudo, há aproximadamente cinco anos, um pastor do ocidente ofereceu-se para realizar cerimônia religiosa de casamento e ajudá-los a obter visto para entrar em seu país. O casal acredita que, perante Deus, já está casado, embora não tenha nenhum tipo de certidão.

Esse pastor, posteriormente, voltou ao seu país e não cumpriu sua promessa de ajudá-los. Para resolver o impasse, foram feitos planos para mudar o casal para um país fora do mundo árabe, onde eles possam se casar legalmente.

Entretanto, há um ano, a mulher teve de se mudar para um terceiro país árabe. Infelizmente, a tentativa inicial de mudar os dois foi reprovada. Um novo processo legal para a mudança foi reiniciado.

Fonte: Missão Portas Abertas

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

O Natal oferece oportunidades de evangelizar


NIGÉRIA (32º) - “A celebração do Natal no Norte da Nigéria é maravilhosa. Uma semana antes do Natal já se pode perceber um espírito de alegria entre os cristãos. Árvores de Natal são vistas nas casas, centros comerciais e igrejas. Em Estados como Plateau e Benue, canções de Natal podem ser ouvidas pelo rádio, mantendo o clima cordial. Nos Estados governados pela sharia (lei islâmica), lugares onde as pessoas não têm acesso a meios de comunicação, as igrejas fazem suas atividades para preparar os fiéis para a celebração e para informar os não-cristãos de que uma celebração maravilhosa está para acontecer e que todos são convidados”, escreve Isaac, o nosso colega da Nigéria.

Para os cristãos dos 12 Estados no norte da Nigéria governados pela sharia, o Natal é uma oportunidade maravilhosa para se pregar o evangelho.

Depois do culto no dia do Natal, os cristãos geralmente se reúnem na casa do pastor e fazem uma festa, para qual cada um leva um prato para dividir. É um momento de grande comunhão entre os irmãos, para dar graças ao Senhor por sua fidelidade em suas vidas. Há um clima de alegria pelo sacrifício de Cristo na cruz do calvário por cada pecador.

Em muitos lugares, a festa na casa do pastor é seguida de visitas aos lares dos cristãos para levar encorajamento. Cantam-se canções especiais que falam de Cristo e de seu gesto de amor.

Semelhantemente, a alegria demonstrada pelas crianças e seus pais no dia de Natal prova que alguma coisa boa está acontecendo. Os pais geralmente vestem as crianças com roupas especiais. Nas cidades, todos os parques ficam lotados de pais e filhos, passeando e aproveitando o dia. Vários grupos de jovens organizam programas diferentes, como gincanas bíblicas e atividades festivas.

Nas áreas rurais, habitadas tanto por cristãos como por muçulmanos, as atividades do dia de Natal tornam-se uma oportunidade para falar de Jesus na presença dos muçulmanos. Embora alguns deles deixem o lugar imediatamente quando percebem do que se trata, sempre há aqueles que ficam e ouvem sobre Cristo pela primeira vez. Em alguns casos, não-cristãos (incluindo os muçulmanos) assistem a programação com a esperança de receber presentes e comida depois do culto; então eles também ouvem sobre Jesus Cristo.

O Natal é também o tempo que alguns cristãos aproveitam para entrar em contato com os mais tradicionais chefes da região para visitá-los. Nem todos estão abertos a isso, mas muitos aceitam. Nas visitas, os cristãos mostram que são pessoas de paz e obedientes às autoridades, apesar da perseguição que enfrentam.

Esses chefes geralmente comentam sobre as atitudes dos cristãos, encorajando-os a continuar o bom trabalho. No final da visita, o líder normalmente recebe de presente uma cópia da Bíblia.

Porém, para aqueles que se converteram do islamismo a Cristo, as comemorações públicas de Natal são geralmente um tabu. Principalmente nas regiões onde podem ser facilmente reconhecidos, eles comemoram o Natal em locais fechados. Comemorações públicas podem trazer problemas, dependendo do papel que exercia na sociedade antes de sua conversão.

Pedidos de Oração

Enquanto a maioria de nós comemora o Natal em liberdade e em segurança, há que precisam de nossas orações:

1 – Sani Kibili: Um tribunal da sharia sentenciou Sani a três anos de prisão por causa de sua fé. Muçulmanos de sua vila o acusaram de insultar Maomé, e isso resultou em um julgamento ilegal. Ele não teve o direito de se defender e foi mandado para a prisão sem a chance de pagar fiança. A Portas Abertas está pagando um advogado para ajudá-lo nesse caso. Sua família irá comemorar este Natal sem sua presença. Será um momento difícil para todos. Ore para que a graça do Senhor sustente Sani e sua família durante as comemorações de Natal.

2 – Mônica Luka: Mônica perdeu o marido e o filho mais velho quando guerrilheiros invadiram sua casa durante conflitos religiosos em Kano, em maio de 2004. Enquanto Mônica tentava se recompor, outra tragédia aconteceu. Em novembro de 2007, ela perdeu outro filho, de 7 anos, que morreu de pneumonia. Ore para que o Senhor transforme sua tristeza em louvor e alegria neste Natal.

3 – Interceda pelos cristãos que testemunham Cristo neste Natal. Que esses testemunhos glorifiquem o nome de Deus.


Tradução: Sandra Mistro


Missão Portas Abertas

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Mapa de Pobreza e Desigualdade no Brasil é atualizado e traz reflexão sobre o tema

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) está lançando uma ferramenta atualizada, em DVD, que permite localizar a incidência e profundidade da pobreza por município. Através desses novos dados, é possível mensurar, por exemplo, que 77% dos municípios nordestinos têm mais da metade de sua população vivendo na pobreza e que 32,6% dos municípios brasileiros estão com mais da metade de sua população vivendo na pobreza.

Em relação à desigualdade (medida pelo índice de Gini) foram selecionados os municípios mais desiguais (40,7% dos municípios), que apresentavam estimativas acima de 40% para esse indicador. As regiões com menores proporções de municípios com mais de 50% de pobres foram as que apresentaram os maiores índices de desigualdade (gráfico 1). O Nordeste tinha 77,1% de municípios com mais da metade da sua população vivendo na pobreza, porém a desigualdade era menos intensa.

Considerando os mesmos indicadores anteriores (os municípios com mais de 50% de pobres e índice de Gini superior a 40%), observa-se a tendência de concentração de maior incidência da pobreza em municípios de menor porte. Já a desigualdade é maior nos municípios mais populosos. No caso extremo estavam os 13 municípios brasileiros com mais de um milhão de habitantes: não havia município com mais de 50% de pobres, mas a desigualdade acima de 40% abrangia todo o grupo.

Ao analisar a distribuição espacial das estimativas de desigualdade, nota-se que tanto em áreas com alta incidência da pobreza, como em outras, com menor incidência, pode-se ter, por exemplo, baixos índices de desigualdade. Valores semelhantes, no entanto, têm interpretações distintas: em áreas mais pobres as pessoas são igualmente pobres, enquanto em áreas mais ricas um índice de desigualdade baixo significa uma distribuição mais igualitária da riqueza.

A pobreza absoluta é medida a partir de critérios definidos por especialistas que analisam a capacidade de consumo das pessoas, sendo considerada pobre aquela pessoa que não consegue ter acesso a uma cesta alimentar e de bens minimos necessários a sua sobrevivência.

A medida subjetiva de pobreza é derivada da opinião dos entrevistados, e calculada levando-se em consideração a própria percepção das pessoas sobre suas condições de vida. Segundo especialistas, a percepção de bem-estar de um indivíduo sofre influência de acordo com sua posição em relação aos demais indivíduos de um determinado grupo de referência. Em termos teóricos, não se espera que os dois indicadores sejam coincidentes, mas a expectativa é de resultados próximos.

No Norte e Nordeste a percepção da pobreza foi, no geral, superior ao resultado observado pela linha absoluta. No Sul ocorreu o oposto, as pessoas se percebiam menos pobres do que foi medido pela pobreza absoluta. No Sudeste e Centro-Oeste houve uma maior proximidade entre as duas medidas.

Dificilmente teremos uma única explicação para as diferenças encontradas entre as duas medidas, pois vários fatores podem influenciar a percepção das pessoas, como: características do local em que vivem; a percepção do grau de desigualdade; efeito migração que leva as pessoas a se compararem não com o seu local atual de moradia mas com o local de origem; ou mesmo um efeito geracional.

Nos anos recentes, diversos estudiosos do tema tendem a concordar com uma definição abrangente considerando a pobreza como privação do bem-estar, pela ausência de elementos necessários que permitam às pessoas levarem uma vida digna em uma sociedade. Sob este aspecto, a ausência de bem-estar está associada à insuficiência de renda, à nutrição, à saúde, à educação, à moradia, aos bens de consumo e aos direitos de participação na vida social e política da comunidade em que vivem.

A pobreza também se distingue pela falta de oportunidades e poder, e pela vulnerabilidade de grupos sociais com maior probabilidade de acirrarem a sua condição ou de sofrerem risco de entrar na pobreza. O crescimento econômico, por exemplo, é crucial para criar oportunidades. No entanto, o crescimento não será suficiente se os pobres não forem capazes de usufruir seus benefícios por falta de treinamento, saúde ou acesso à infra-estrutura básica. Neste sentido, a mensuração da pobreza deve captar as suas distintas manifestações, muitas vezes, resultado de relações sociais mais abrangentes e complexas, em contraste com situações em que o tratamento da pobreza deve ser focalizado nos próprios grupos desfavorecidos. Trata-se, assim, de diferenciar aspectos individuais e estruturais de maneira a implementar políticas e programas que garantam a melhoria do bem-estar da população.

Fonte: IBGE / Via Agência Soma

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Cidade alemã 'proíbe Papai Noel'; veja fotos

Marcio Damasceno
De Berlim para a BBC Brasil

Uma pequena cidade no sul da Alemanha decidiu banir o Papai Noel da paisagem natalina.
A câmara municipal de Fluorn-Winzeln, lugarejo com pouco mais de 3 mil habitantes localizado às margens da Floresta Negra, declarou a região uma "zona livre de Papai Noel".


Veja aqui algumas fotos da campanha

De acordo com o prefeito local, Bernhard Tjaden, o objetivo é preservar as tradições do Natal, segundo ele freqüentemente esquecidas nessa época do ano em favor do consumismo.

A idéia é incentivar os cidadãos a substituir o "bom velhinho" pela figura histórica de São Nicolau.

"O Papai Noel é um personagem artificial" argumenta Tjaden. "Ele não lembra em nada São Nicolau, que ajudava pessoas carentes e era um amigo das crianças", explica.

Campanha

As escolas e os comerciantes da região aderiram ao apelo, retirando as decorações com Papai Noel das vitrines e colando adesivos com um sinal de “proibido” em seus estabelecimentos.

Cartazes com o rosto do personagem atravessado por uma faixa vermelha adornam não só o interior de lojas e repartições públicas, mas os avisos, que se parecem com uma placa de trânsito, foram pendurados também na fachada do prédio da prefeitura e até junto à sinalização que marca as entradas do município.

Nas salas de aulas, professores ensinam às crianças o significado do Natal e contam histórias de São Nicolau, bispo de Mira no século IV, que serviu de inspiração para o ícone natalino.

Os alunos são orientados a diferenciar o "original" da "cópia" e desenhos no quadro negro mostram as diferenças entre os trajes de ambos, destacando a mitra episcopal no lugar do gorro vermelho e o cajado substituindo o saco de presentes.

A campanha "Zona livre de Papai Noel" foi criada por uma entidade assistencial ligada Confederação dos Bispos da Alemanha para resgatar São Nicolau como símbolo original das festas natalinas e combater o “consumismo” nas festas de fim de ano.

A renda obtida na venda de cartazes, adesivos e outros produtos será destinada à entidades que prestam ajuda a crianças com doenças terminais. Esta é a primeira vez que a idéia é apoiada oficialmente pela administração de um município.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Polícia secreta interrompe culto, filma e investiga cristãos


CAZAQUISTÃO (*) - Uma reunião de oração de domingo à tarde, realizada por uma igreja protestante na cidade de Aral, sofreu em outubro uma batida realizada pela polícia e polícia secreta sem mandado judicial.

Policiais filmaram aqueles que estavam presentes sem o consentimento deles, e intimou sete pessoas a comparecer à delegacia de polícia.

Eles também tentaram indiciar a líder da igreja, Indira Bukharbaeva, por crime administrativo, mas ela foi inocentada no início de dezembro.

Os acusadores tentaram punir Indira por liderar uma pequena igreja na cidade de Aral que teve o alvará de funcionamento negado. Mas, em uma atitude inesperada, em 4 de dezembro o juiz Artur Narimanov da Vara Administrativa de Aral a inocentou.

Um membro da Igreja Protestante Ortalyk, na capital comercial do país, Almaty, à qual a igreja de Aral é afiliada, disse que Indira não era culpada de nenhuma violação, e por isso o tribunal não poderia puni-la. “Todo o caso contra ela foi forjado, e o pré-julgamento do processo foi feito às pressas e em violação à Constituição do Cazaquistão.”

Quando a igreja solicitou o registro ao Departamento de Justiça de Aral, ele foi negado. O Departamento referiu-se à nova lei sobre religião que, segundo ele, logo estaria em vigor, apontou o membro da igreja.

O caso judicial contra Indira aconteceu depois que um encontro de oração liderado por ela em um domingo à tarde na casa de um membro da igreja, em 12 de outubro, foi invadido por oficiais da polícia secreta KNB e pela polícia local de Aral.

O cristão de Almaty disse que a igreja de Aral estava reunida para leituras bíblicas e orações quando policiais invadiram a casa, segurando três câmeras de vídeo, e começaram a filmar tudo imediatamente. “Eles nem sequer mostraram um mandado de busca autorizando a ação deles”, reclamou o cristão.

Os policiais interrogaram nove adultos e duas crianças presentes durante a operação e “forçaram” sete dos adultos a escrever depoimentos. Depois de colher os depoimentos, o oficial de polícia Talgat Tleukhanov disse aos membros da igreja que aparecessem na delegacia de polícia na manhã seguinte.


Tradução: Carina Barbosa


Fonte: Forum18 News Service (em inglês)

A liberdade religiosa em risco

Intolerância e perseguição religiosa contra os cristãos ainda acontecem no Irã, no Iraque e no Egito.
No Irã o parlamento exige pena capital para os “apóstatas”. No Egito uma mulher egípcia cristã é sentenciada a três anos de prisão por abandonar sua identidade muçulmana. No Iraque, a escassa população cristã terá o natal mais sombrio de todos os tempos, ameaçada pela série de assassinatos ocorridos no país...

Por todo o mundo pode-se encontrar exemplos de intolerância e de restrição da liberdade religiosa dos cristãos. Aqui serão mostrados três casos ocorridos em três países diferentes que ilustram essa perseguição infundada.

Natal amedrontador em Mosul - Para a população cristã cada vez mais escassa do Iraque, este será um natal sombrio. Cerca de doze cristãos foram assassinados apenas em Setembro e Outubro últimos, figurando como as últimas de um total de mais de 200 vítimas - número aproximado de pessoas mortas, desde 2003, por professarem a fé cristã.

Os últimos ataques foram amplamente considerados como uma forma de expulsar a pequena comunidade cristã da cidade de Mosul, ao norte do Iraque, empreendendo assim uma limpeza religiosa daquela que foi, outrora, uma das regiões mais diversificadas do país.

Permanece incerto se os carros-bomba, que explodiram após um período de paz relativa na região, tinham como alvos os habitantes cristãos ou os soldados que permaneciam nos arredores. Algumas testemunhas afirmaram que os ataques foram calculados de modo que impedisse os cristãos de votarem em bloco nas próximas eleições. Uma mulher cristã contou a um repórter que os autores do crime vestiam uniformes azuis da polícia iraquiana. Em meio à histeria crescente, um general iraquiano alertou contra “o sensacionalismo da mídia que estimulava o medo e o terror entre estas famílias”. Até mesmo os analistas em segurança do exterior têm dificuldades em separar a verdade dos rumores.

O efeito foi claro, no entanto, quando milhares de famílias empacotaram suas coisas, colocaram em seus carros e fugiram. Alguns se dirigiram à região auto-governada dos Curdos, que há tempos é conhecida por sua tolerância em relação aos cristãos. Outros fugiram para vilas remotas. A fuga intensificou aquilo que Pary Karadaghi, um oficial do Kurdish Human Rights Watch (Observatório Curdo dos Direitos Humanos) baseado nos Estados Unidos, chamou de “uma crise humanitária épica dos cristãos iraquianos”. Nos últimos cinco anos desde a invasão norte-americana do Iraque, centenas de milhares de cristãos iraquianos abandonaram suas casas e se mudaram para longe, devido a ameaças de violência religiosa. Muitos não têm acesso a comida, água e abrigo conforme adentra o inverno.

Joost Hiltermann, um analista de segurança da International Crisis Group (Grupo de Crise Internacional) baseada em Nova Iorque, disse que as tropas norte-americanas estão “preocupadas com Bagdá”, e, portanto não muito inclinadas a dedicar muito esforço para proteger a região de Mosul, entre outras, onde os cristãos estão sendo ameaçados de morte. Derrotar os extremistas de Mosul é uma tarefa que ficou nas mãos do exército iraquiano, um grupo despreparado até pouco tempo atrás e que apenas recentemente demonstrou uma evolução de desempenho. No início deste ano, o exército do Iraque descobriu tanques e outros veículos blindados destinados a operações terroristas em Mosul. Os cristãos foram pegos no fogo-cruzado.

“Não apenas eles estão sendo atacados por grupos terroristas, como estão havendo também inúmeras pilhagens em suas comunidades”, afirmou Karadaghi. “Quando o governo iraquiano está procurando por grupos terroristas, eles vêm para essas redondezas. As casas dos cristãos são vasculhadas. E uma vez feita a varredura, os terroristas consideram-nos colaboradores. Então, eles são atacados duas vezes, as vezes no mesmo dia. Não é fácil”.

Ao invés de esperar que as autoridades centrais de Bagdá os proteja, algumas comunidades cristãs estão garantindo sua segurança por conta própria. Relatórios afirmam que os cristãos estão começando a se reunir para formar milícias. Agora, homens armados se posicionam em pontos de checagem ao redor de suas comunidades para controlar a entrada de armas e estrangeiros suspeitos.

Ao mesmo tempo, conforme relatou Karadaghi, as populações cristãs na região Curda estão apelando para o Governo Curdo Regional Autônomo para receberem proteção reforçada. O GCRA respondeu enviando soldados de suas temidas Forças Peshmerga. Os chamados “Combatentes Pesh”, armados com lança-foguetes e fuzis, foram responsáveis por expulsar o exército de Saddam Hussein do norte do Iraque nos anos 80 e 90. Eles seguem patrulhando o norte iraquiano sob os auspícios do GCRA – chegando inclusive a entrar em conflito com o exército iraquiano em cidades que tanto o GCRA quanto o governo iraquiano reivindicam para si.

Em meio aos Combatentes Pesh e às milícias locais, as comunidades cristãs do norte do Iraque nutrem esperanças de que o ano que vem será melhor. Mas o Natal deste ano, eles lamentam, será marcado pela incerteza, pela instabilidade financeira e pelo medo de morte contínuo.

Irã sem Piedade - Dois cristãos iranianos foram acusados de “apostasia” (abandonar a fé islâmica) e muitos outros foram presos enquanto o Parlamento do Irã aprovou uma cláusula que torna obrigatória a pena de morte para sentenciados por esse motivo.

A medida é parte de um novo código penal que foi aprovado, em 9 de Setembro, com facilidade pelo Parlamento, com uma folgada diferença de 196 votos a favor e 7 contra. As comunidades Cristã e Baha’i são as mais afetadas pela determinação.

No entanto, uma fonte confidenciou ao Compass Direct News que, ao discutir o tema da apostasia com alguns parlamentares, eles alegaram não ter conhecimento da questão. A fonte argumentou que o Irã tenta inserir veladamente a cláusula no meio do código penal de 113 páginas.

A legislação iraniana atual considera a apostasia uma ofensa capital, mas a punição é deixada a critério dos juízes.

O Conselho Guardião, o corpo político mais forte no Irã, deve aprovar o código penal antes que ele vigore. Fontes disseram esperar que o conselho, que compreende seis teólogos e seis juízes, o aprove.

Ao longo das ultimas três décadas do regime islâmico iraniano, centenas de cidadãos que abandonaram o Islã e abraçaram o cristianismo foram presos durante semanas e meses, encarcerados em locais desconhecidos e submetidos a torturas mentais e físicas.

A última execução de um convertido ao cristianismo no Irã ocorreu em 1990, muito embora seis outros pastores protestantes tenham sido assassinados desde que o pastor da Assembléia de Deus, Hossein Soodmand, foi executado.

Desta vez, o filho de 35 anos de Soodmand, Ramtin Soodmand, está entre os cinco cristãos presos em três cidades, em Agosto. As autoridades não divulgaram quais são as acusações, mas fontes afirmam que eles podem ser acusados de espionagem para poderes estrangeiros – um delito menos grave do que aquele de apostasia. Similarmente, Hossein Soodmand foi acusado de espionagem para os Estados Unidos.

“Os cristão são vistos como espiões em potencial e aliados a Israel ou aos Estados Unidos”, disse uma fonte que trabalha diretamente com refugiados iranianos, acrescentando que um número pujante de cristãos iranianos por ela aconselhados foram intimidados pela polícia, o que os levou a fugir do país.

Ela também acredita que o rápido crescimento do cristianismo assusta as autoridades do Irã. “Eles encaram isso como algo incontrolável”, afirmou, “então têm medo das igrejas caseiras”.

Outro especialista sobre o Irã afirmou que os cristãos fora do país são parcialmente responsáveis pelas perseguições. Quando eles alegam existir centenas de igrejas caseiras pelo Irã afora, as autoridades sentem-se ameaçadas.

“A polícia é obrigada a reprimir as atividades cristãs tão logo elas começam a ficar muito visíveis”, afirmou um cristão iraniano.

Uma fonte cristã disse que a pressão internacional é crucial caso a apostasia se torne crime capital. Ele lembrou como, em 2005, o convertido ao cristianismo Hamid Pourmand foi absolvido da acusação de apostasia em função da pressão internacional.

“Você deve ser uma pessoa importante, porque muitos membros do governo me ligaram, pedindo que eu arquivasse o caso”, o juiz contou a Pourmand, de acordo com relatórios divulgados.

A sincronia entre o debate do código penal e as prisões não é coincidência, afirmou Joseph Grieboski, fundador do Instituto de Religião e Política Pública. Segundo ele, enquanto a comunidade internacional está focada nas atividades nucleares do Irã, o governo iraniano parece provocar o Ocidente através de violações deliberadas dos Direitos Humanos.

“Devido às questões nucleares, questões como essa passam despercebidas, o que significa que o regime pode agir com liberdade para implantar uma legislação como essa com impunidade, pois as questões nucleares eclipsam este assunto”, afirmou Grieboski.

Mas a questão também pode indicar desespero, afirmou. “Devo dizer que o regime do Irã está intensificando duramente o controle sobre os mais diversos aspectos da vida do povo iraniano. E isto, penso eu, é o sinal de que o regime está em declínio”.

Sou muçulmana? - Bahia Nagy El-Sisi foi presa e julgada em Setembro último por afirmar o cristianismo como sua identidade religiosa oficial em sua certidão de casamento. Sua irmã, Shadia, recebeu uma sentença idêntica em 2007 pelo mesmo motivo. Fato ignorado pelas irmãs, sua identidade religiosa havia sido mudada oficialmente há 46 anos atrás devido a uma conversão temporária do pai delas ao Islã.

A conversão do pai, Nagy El-Sisi, ao Islã, em 1962, ocorreu devido a um breve litígio conjugal, para que ele pudesse obter um divórcio e ganhar a custódia das filhas, afirmou o advogado delas. A legislação egípcia é influenciada pela jurisprudência Islâmica (Shari’ah), que atribui automaticamente a custódia das crianças ao pai que pertencer à religião “superior” e decreta que não pode haver “jurisdição de um não-muçulmano sobre um muçulmano”.

Poucos anos após sua conversão, El-Sisi retornou para sua família e para o cristianismo, adquirindo documentos de identidade cristã forjados. (A reversão ao cristianismo por parte de conversos ao Islã é praticamente impossível nas cortes egípcias).

O caso está em tramitação na Suprema Corte Egípcia. Se a identidade cristã de Bahia Nagy El-Sisi permanecer, seu status religioso poderia criar um efeito dominó que faria com que seu marido tivesse de se converter ao Islã ou anular o matrimônio. Seus filhos também seriam registrados como muçulmanos. Ambas as irmãs são casadas com homens cristãos.

“Todos os seus filhos e netos seriam registrados como muçulmanos”, afirmou Ramsés. “A legislação afetaria muitas pessoas”.

Outras fontes ainda acreditam que a sentença de Nagy El-Sisi será demovida, assim como aconteceu com sua irmã, que foi solta da prisão em Janeiro deste ano.

(com matérias da Compass Direct News Service

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Cristão somali é atacado em campo de refugiados

SOMÁLIA (12º) - Um cristão somali, posto em uma cela da polícia em um campo de refugiados por defender sua família contra extremistas islâmicos, foi libertado depois que cristãos ajudaram a pagar uma multa.

O valor estipulado pelo tribunal foi de 20 mil xelins quenianos (266 dólares), por ter-se convertido e desonrado o islã e seu profeta, Maomé.

Mas para Salat Sekondo Mberwa de Mogadíscio, a devastada capital da Somália, esse não foi o preço mais alto que teve de pagar por deixar o islã.

Há algumas semanas, extremistas islâmicos balearam Salat no ombro e o deixaram para morrer. Ele e outros refugiados contaram sobre gangues muçulmanas na Somália que estupram e matam convertidos, negam acesso à água e, no campo de refugiados, queimam suas casas.

“Eu agradeço a Deus por estar vivo”, disse Salat, tímido e preocupado.

Preso por abandonar o islamismo

Por volta das 9 horas de 13 de outubro, cinco jovens muçulmanos bateram no portão da casa de Salat no campo de refugiados, um dos três campos na cidade de Dadaab, noroeste do Quênia, que abrigam 572 mil refugiados da Somália, da Etiópia e do Sudão.

“Eu me recusei a abrir, e eles começaram a cortar as folhas de ferro do portão”, disse ele. “Gritavam e xingavam, dizendo que eu era inimigo da religião islâmica e que iria pagar o preço por propagar uma religião diferente. Ameaçaram me matar se não abrisse a porta para eles.”

Em casa, com Salat, estava seu filho de 22 anos, Nur Abdurahman.

“Quando os invasores arrombaram nossa casa e entraram em nossa sala, sussurrei para meu filho se preparar para lutar”, ele declarou. “Enquanto estávamos nos defendendo, atingi um dos jovens, que mais tarde vim a conhecer como Abdul Kadir Haji.”

Eles logo derrotaram os invasores, disse ele. A gangue fugiu, mas voltou três horas depois, acompanhada por líderes muçulmanos e pela polícia. Eles prenderam Salat e o colocaram na prisão no campo.

Promessa de liberdade

Depois de sua liberação, disse Salat, ele estava descansando em sua casa, em 26 de novembro, às 18 horas, quando ouviu pessoas gritando seu nome e jurando “dar lhe uma lição” por tê-los constrangido quando deixou o islamismo. Uma vez mais, ele decidiu se trancar dentro de casa. Como antes, os invasores forçaram a entrada.

“Tentei escapar pela janela quando um deles atirou, mas a bala não me acertou por pouco”, disse ele ao Compass. “Então, ouvi outro tiro, e senti uma forte dor no meu ombro esquerdo. Caí. Pensando que eu estava morto, foram embora.”

Os parentes imediatamente chegaram e prestaram os primeiros-socorros a Salat que sangrava. Providenciaram tratamento para ele em Mogadíscio, depois ele voltou a Dadaab, para se recuperar.

O funcionário encarregado pelos campos de refugiados de Dadaab, Omar Dadho, disse ao Compass que as autoridades estavam fazendo o melhor para preservar a liberdade de culto.

“Nós não podemos garantir a segurança da minoria cristã dentro dessa população predominantemente muçulmana, que totaliza mais de 99%”, disse Omar. “Mas fazemos o melhor para preservar a liberdade de culto. O líder deles, Salat, deve visitar nosso escritório para que seu caso e suas demandas possam ser analisados criticamente, assim como para tentar buscar uma solução duradoura.”

Salat, amargo e exausto, disse ao Compass que não iria ceder.

“De que esses muçulmanos se beneficiarão se acabarem completamente com minha família?” declarou ele. “Meu filho acabou de chegar de Bossaso com sérios ferimentos à bala em sua mão esquerda. É triste. De qualquer forma, estamos felizes porque ele está vivo.”

Cultos proibidos nos campos

Em novembro de 2005, deixando para trás seu emprego em uma agência internacional de ajuda e desenvolvimento em Mogadíscio, Salat fugiu com sua família para Dadaab, depois que extremistas muçulmanos assassinaram um parente, Mariam Mohammed Hassan, supostamente por distribuir Bíblias.

Naquele momento, seu filho mais velho, Abdi Salat, de 26 anos, tinha ido para Bossaso, em Puntland, uma região autônoma da Somália.

Situados em ambientes hostis, com altas temperaturas e pouca ou nenhuma vegetação, os campos de refugiados de Dadaab abrigam refugiados da Somália, da Etiópia e do Sudão. Há 150 mil pessoas no campo de Dagahaley, 152 mil em Ifo e 270 mil em Hagadhera.

Onde Salat vive como refugiado, extremistas muçulmanos queimaram uma casa que pertencia ao seu genro, Mohammed Jeylani, também um membro do grupo cristão do campo.

“Era 28 de outubro quando vimos fumaça saindo de minha casa”, disse Jeylani. “Alguns vizinhos conseguiram salvar meus dois filhos que estavam dentro da casa. As pessoas conseguiram apagar o fogo antes que a casa fosse destruída. Tenho denunciado os culpados para a polícia, mas temo por minha vida”.

Cristãos somalis não podem conduzir abertamente seus cultos nos campos. Eles se reúnem em suas casas e, algumas vezes, no posto de polícia de Dadaab junto com soldados cristãos e servidores públicos.

“Eles devem ser cuidadosos, pois estão sendo constantemente monitorados por outros somalis”, disse Moses Lokong, funcionário do Departamento de Reparação de Terras do Quênia na cidade vizinha de Garissa.


Tradução: Cláudia Veloso



Fonte: Compass Direct

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Governo chinês anuncia extinção de uma rede de igrejas não-registradas

CHINA (10º) - No dia 28 de novembro, às 7 da manhã, o Zhang Mingxuan, presidente da Aliança Chinesa das Igrejas Não-Registradas, foi levado à força por quatro policiais do Comitê de Segurança Pública até o Hotel União Municipal de Nanyang.

Os policiais eram tanto da província de Henan e como da cidade de Nanyang.

Mais de 20 oficiais do governo anunciaram ao pastor a decisão de acabar com a Aliança Chinesa das Igrejas Domésticas. Os 20 afirmaram ser do Ministério para Assuntos Civis da China; do Departamento para Assuntos Civis da Província de Henan; do Departamento de Polícia e Segurança; e da Administração Estadual para Assuntos Religiosos.

A decisão tem o seguinte teor: “Foi descoberto, por meio de investigações, que a ‘Aliança Chinesa das Igrejas Não-Registradas não possui registro e suas atividades estão sendo feitas em nome de uma razão social que não possui autorização estatal. Baseada no artigo 35 da ‘Regulação para registro e administração de organizações sociais’, esta agência tomou a decisão de extinguir a ‘Aliança Chinesa das Igrejas Não-Registradas’”.

Depois de ler a decisão, os oficiais exigiram que o pastor assinasse o documento, mas ele se negou.

O Pastor Mingxuan teve seu telefone celular, câmera fotográfica e câmera de vídeo confiscados. Durante o interrogatório, a esposa do pastor, Xie Fenglan, também foi levada à força de sua casa ao mesmo hotel. Ela não foi liberada até as 17 horas. Uma equipe especial foi designada para gravar todo o processo.

Jornalista e intérprete deportados

No mesmo dia, às 10 horas, 17 cristãos reunidos para uma reunião de oração na casa do pastor Mingxuan. Nessa reunião também estavam presentes Peter Ford, repórter americano em Pequim do jornal Christian Science Monitor e seu intérprete chinês.

Todas as pessoas presentes foram levadas pelos policiais do Comitê de Segurança Pública. O repórter e seu intérprete foram acompanhados até um avião que os levaria de Nanyang até Pequim. Os 17 cristãos foram levados à delegacia local onde foram ilegalmente intimidados e detidos. Todas as pessoas foram liberadas às 13 horas.

Durante o tempo em que ficou detido, cada cristão foi fotografado e forçado a assinar documentos.

Mais de 600 Bíblias, além de computadores, aparelhos de VCD, revistas Shengshan e celulares foram confiscados.

A organização ChinaAid acredita que o anúncio da extinção da Aliança Chinesa das Igrejas Não-Registradas em nome do Ministério para Assuntos Civis é uma nova tática do governo chinês para transgredir e suprimir a liberdade religiosa no país.

De acordo com um estudo do próprio ministério, acredita-se que o número de ONGs não-registradas é dez vezes maior do que as registradas. O ministro da Casa Civil declarou que 63% dos voluntários e organizações que foram às áreas atingidas pelo desastre em Sichuam eram cristãos. Uma equipe presente foi organizada pela Aliança Chinesa das Igrejas Não-Registradas.

O Dr. Fan Yafeng, importante professor de Direito Constitucional da Academia de Ciências Sociais da China em Pequim, acredita que a Aliança Chinesa das Igrejas Não-Registradas é uma organização legal e constitucional em dois aspectos e que não deveria ser considerada ilegal. Primeiro de tudo, está em conformidade com a lei da Bíblia e de Deus e com a lei natural no coração dos homens; em segundo lugar, está em acordo com o artigo 35 da Constituição Chinesa, que diz: “os cidadãos da República Popular da China gozam de liberdade de expressão, de imprensa, de reunião, de procissão e de demonstração”.

A essência do chamado “Regulamento para Registro e Administração de Organizações Sociais” serve basicamente para limitar direitos civis básicos através de regulamentos administrativos, o que viola os princípios de jurisprudência constitucional de que os direitos civis básicos não podem ser restringidos a não ser por lei ou emenda constitucional.


Tradução: Priscilla Figueiredo



Fonte: China Aid Association

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Mais mortes em razão da violência anticristã

ÍNDIA (30º) - Uma cristã que tinha escapado da violência extremista hindu foi morta no dia 25 de novembro, após deixar o campo de refugiados para fazer a colheita do arroz.

Lalita Digal, 45 anos, foi assassinada no vilarejo de Dobali, no distrito de Kandhamal, aonde ela estava com uma amiga, relatou a Comunidade Evangélica da Índia (EFI). Ela havia retornado ao vilarejo em 21 de novembro.

Em 25 de novembro, ela teria sido tirada à força de casa e assassinada. Nenhuma prisão foi feita até o momento, de acordo com a EFI.

A administração do Estado tem forçado o povo a deixar os campos de refugiados, mesmo sem casas para onde retornar.

Representantes da Kandhamal Christian Jankalyan Samaj disseram a uma coletiva de imprensa na semana passada que as ameaças de nacionalistas hindus continuam, exigindo que os cristãos assustados se “reconvertam” ao hinduísmo.

As condições nos campos de refugiados permanecem precárias. No campo de Daringbadi, Leunsio Digal morreu em 24 de novembro por falta de medicação adequada, relatou a EFI. Ele sofrera febre por uma semana sem ter acesso a medicações que a aliviassem.

Digal serviu como catequista por 25 anos na paróquia de Simonbadi, na arquidiocese de Cuttack- Bhubaneswar.

Em 22 de novembro, a polícia de Orissa atirou em dois cristãos no vilarejo vizinho de Kandhamal, Kutunniganda, matando um e ferindo gravemente outro, de acordo com o Conselho Global de Cristãos Indianos.

Junesh Badaraita morreu no local. O que fora ferido, Karnel Badaraita, disse mais tarde a uma estação de TV que eles estavam procurando por gado perdido com uma lanterna quando a polícia atirou neles.

A polícia fazia buscas na área, à procura de um campo de treinamento de naxalites (revolucionários maoístas ou marxistas-leninistas). Sob a chefia do inspetor Narbada Kiro, ela teria supostamente atirado nos dois cristãos a uma distância de 350 metros.

A polícia afirmou que os dois cristãos eram naxalites, embora os moradores do vilarejo tenham refutado essa declaração. Em protesto, os moradores agitados bloquearam uma estrada pública e impediram que os funcionários do governo chegassem a suas repartições naquela área.

Até o momento, o administrador do distrito prometeu compensação à família do falecido e suspendeu o grupo de buscas, disse o Conselho Global.


Tradução: Getúlio Cidade



Fonte: Compass Direct

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Restrições religiosas preocupam comunidade cristã de pequena república

AZERBAIDJÃO (22º) - Membros de minoria religiosas na República de Nagorno-Karabakh* mostraram-se preocupados com as restrições de liberdade de pensamento, consciência e crença que uma nova lei de religião poderá acarretar.

A lei foi aprovada pelo Parlamento e para entrar em vigor precisa apenas da assinatura do presidente de Nagorno-Karabakh, Bako Sahakyan.

Muito da nova lei foi copiado literalmente da Lei de Religião da Armênia, adotada em 1991 e alterado em 1997 e 2001.

As mudanças principais são: atividade religiosa não-registrada será proibida; publicações religiosas terão de ser aprovadas pelo governo; serão necessários cem cidadãos adultos para registrar uma comunidade religiosa; a Igreja Apostólica Armênia terá “monopólio" indefinido sobre a pregação e divulgação do cristianismo; e a vaga formulação de restrições, deixando incerta a implementação de muitos artigos.

A nova lei teve sua primeira leitura no Parlamento em outubro. Garik Grigoryan, chefe da comissão parlamentar de Questões Legais Estatais, disse que dos 21 deputados presentes no voto final, em 26 de novembro, 16 foram a favor da lei, três foram contra e dois abstiveram-se.

Se for aprovada pelo presidente, a lei substituirá completamente a atual Lei da Religião de 1996.

O presidente tem um mês para endossar ou rejeitar a nova Lei da Religião. Uma vez aprovada, a lei entrará em vigor após dez dias.

Há uma variação significativa da lei armênia: a lei de Karabakh não reconhece as organizações religiosas devidamente registradas podem fazer cultos domésticos.

Um grupo religioso confessou estar preocupado com a o fato de se ter de pedir permissão para alugar salas e também por a lei não deixar claro que cultos domésticos serão aceitos.

Um membro da Fraternidade – um agrupamento evangélico dentro da Igreja Apostólica Armênia – se mostrou cético quanto ao controle de publicações religiosas na prática. O homem, que pediu para manter-se anônimo, crê que o governo tentará censurar publicações de testemunhas de Jeová, de baha"is, de hare krishnas ou de muçulmanos.

Alguns membros de minorias religiosas pensam que – como na vizinha Armênia – o Estado não aplicará seu controle totalmente.

"Depende de como a nova lei será implementada", o secretário geral da União Batista de Armênia, Asatur Nahapetyan, comenta. "Vai demorar aproximadamente seis meses para sabermos realmente como as coisas ficarão.”

* A República de Nagorno-Karabakh não é reconhecida internacionalmente. Trata-se de uma região localizada dentro do Azerbaijão, próximo à Armênia.


Tradução: Daila Fanny



Fonte: Forum18 News Service (em inglês)

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Escritório cristão é atacado em Orissa

ÍNDIA (30º) - Suspeita-se que extremistas hindus atacaram um escritório cristão em 25 de novembro e incendiaram seu veículo. O incidente ocorreu em Parkakhemundi, Gajapath, Orissa.

De acordo com um correspondente da Evangelical Fellowship of India (Aliança Evangélica da Índia – EFI) em Orissa, os suspeitos invadiram o escritório de Ação Social e Evangelismo da Índia (IGOSA) e atacaram o diretor, pastor Niranjan Bardha antes de queimarem completamente o jipe da organização. Não aconteceu nada mais grave ao escritório.

O pastor Niranjan prestou queixa na delegacia de Parlakhemundi. A investigação policial continua, mas até o momento, ninguém foi preso.

O escritório fica localizado em uma área anticristã e encontra grandes dificuldades e oposição de fundamentalistas hindus. Eles também haviam tentado queimar o jipe anteriormente.

Há mais de três meses os cristãos no Estado de Orissa sofrem com a violência causada pelo assassinato de um líder hindu.

Orissa é governada pela coalizão Biju Janata Dal e pelo partido hindu nacionalista Bharatiya Janata, que é bem relacionado com o grupo extremista Vishwa Hindu Parishad.

Interceda pelos cristãos em Orissa e ore para que a paz seja restabelecida.


Tradução: Vanessa Portella



Fonte: International Christian Concern

Cristãos iraquianos refugiados na Turquia encontram dificuldades

TURQUIA (34º) - Na cidade turca de Kurtulus, a língua árabe pode ser ouvida nas ruas. As placas de trânsito são impressas no alfabeto árabe e iraquianos se reúnem em casas de chá.

A maioria desses iraquianos não é muçulmana e não está na Turquia por livre escolha. São refugiados cristãos que deixaram sua terra natal para escapar da violência que cresce contra eles.

É difícil dizer quantos desses cristãos foram para Istambul devido à recente onda de ataques, mas encontrá-los não é difícil. Um refugiado iraquiano de meia-idade que fugiu de Mosul há cinco meses freqüenta a Igreja Ortodoxa Síria na região de Tarlabasi, onde ciganos, travestis e imigrantes do leste da Turquia vivem na esperança de encontrar uma vida melhor na cidade.

Sem querer se identificar, ele disse que não há futuro para os cristãos no Iraque, e que quase todos que ele conhecia queriam deixar o país. Segundo ele, a única esperança para os cristão é países ocidentais abram suas portas aos refugiados.

“Não temos esperança”, ele disse, “Se essas portas não se abrirem, seremos mortos.”

Desde outubro, a violência em Mosul tirou mais de 12 mil cristãos de suas casas e matou mais de 20 pessoas. Em virtude da violência, os cristãos iraquianos imigram para a Turquia antes de se estabelecer permanentemente em outro país, geralmente precedidos por alguns familiares.

Semanas após a fuga dos cristãos da cidade de Mosul para outros vilarejos, para a Turquia e para outras nações, cerca de um terço das famílias relatou que retornou à cidade devido à presença de 35 mil militares e às ofertas de dinheiro feitas pelo governo iraquiano.

Embora a violência no Iraque tenha diminuído por causa da chegada de mais tropas norte-americanas no ano passado, a fuga dos cristãos para a Turquia aumentou. Um terço dos 18 mil refugiados registrados no país procede do Iraque.

Estranhos em uma terra estranha

O refugiado iraquiano anônimo de Tarlabasi disse que nem mesmo o apelo dos padres o fez ficar em Mosul.

“A Igreja no Iraque não pode impedir as pessoas de partir porque ela mesma não garante nossa segurança”, ele disse.

Esse homem foi para Istambul com sua família, mas ainda tem um filho e uma filha adultos e Mosul. Ele espera se encontrar com seu irmão nos Estados Unidos em breve.

Um grupo de refugiados iraquianos em uma casa de chá na região de Kurtulus, em Istambul, interrompeu seu jogo de cartas para falar com a agência de notícias Compass sobre seus problemas.

“Não conseguimos encontrar trabalho”, disse Jalal Toma, nascido em Bagdá. Ele apontou para um jovem sentado à mesa com eles e disse: “Esse aí trabalha carregando caixas e transportando coisas. O máximo que ele recebe é metade de um dia de trabalho”.

Todos eles cristãos caldeus, um rito católico oriental criado no norte do Iraque, e vieram de Mosul há poucos meses. Estão em subempregos e, para sobreviver, dependem da ajuda financeira de familiares que vivem em outros países.

Eles tiveram de fugir de suas casas rapidamente, levando consigo apenas sua família e deixando carros, casas e a maioria de suas posses. Os homens esperam encontrar familiares que moram no exterior, mas têm pouca esperança de voltar ao Iraque.

É comum que os cristãos iraquianos trabalhem ilegalmente, tornando-se vulneráveis a extorsão.

Refugiados em Istambul dizem que os candidatos ao asilo político podem trabalhar legalmente, mas é normal que os empregadores atrasem no pagamento de seus salários ou os retenham totalmente, uma vez que os estrangeiros têm pouca proteção policial.

O governo turco cobra uma taxa de moradia de U$ 460 por ano e não permite que os refugiados deixem o país até que essa quantia seja paga, fazendo com que fiquem no lá por mais tempo.

Com todos esses obstáculos, para encontrar um emprego estável, muitos refugiados iraquianos quase não têm onde morar.


Tradução: Vanessa Portella



Fonte: Compass Direct

Conflito por posse gerou onda de violência no Egito

EGITO (19º) - Em outubro, um cristão copta foi morto por um muçulmano que queria comprar sua casa na vila de Tayyiba.

Esse ato de violência resultou em um levante que danificou vitrines de lojas e causou a prisão de 48 pessoas. Três cristãos e um muçulmano ficaram feridos.

O conflito originou-se por questões de domínio de posse. Uma fonte copta disse à agência de notícias Compass que cristãos em Tayyiba são mais abastados do que os muçulmanos, o que freqüentemente deixa-os ressentidos.

Diz-se que essa onda de violência em outubro motivou o conflito de 4 de novembro, que teve como pretexto o fato de um garoto de mostrar desrespeito durante um cortejo fúnebre, não desmontando de seu jumento.

Tayyiba estava estável até o presente momento, embora constantemente considera-se que a vila está preste a sofrer com a violência religiosa. Essa situação é comum no Egito, disse o padre Metias Nasr, do Cairo, ao Compass.

“Esta vila é como qualquer lugar no Egito”, ele disse. “Pode-se dizer que, em um minuto qualquer, qualquer lugar pode ser destruído por fanáticos, às vezes, por meio até de encorajamento das forças de segurança.”

A Igreja copta enfrentou recentes dificuldades em outras cidades egípcias, com o governo tentando obstruir suas atividades religiosas.

No dia 19 de novembro, a prefeitura da cidade de Alexandria destruiu um orfanato inacabado em Lumbroso. O local já estava mobiliado e pertencia à igreja de Abu-Seifin. Ele era estimado em 6 milhões de libras egípcias (U$ 1 milhão).

A prefeitura alega que o prédio não tinha licença. Os líderes da igreja disseram que a demolição foi ordenada pelo prefeito muçulmano, Ali Labib.

Ali é ex-chefe de polícia em Alexandria, e em seus dois anos de mandato como prefeito, recusou licenças para a construção de novas igrejas ou para a reforma das já existentes, disse um padre copta que solicitou anonimato.

O padre disse que o orfanato só conseguiu a licença porque foi ela foi emitida antes da posse de Labib.

O islamismo tem presença cada vez maior na esfera pública egípcia. Enquanto o governo tenta acabar com extremistas, a Irmandade Muçulmana, uma organização que apóia a jihad, atrai o apoio da população por oferecer assistência médica e aulas particulares de baixo custo para crianças. O grupo tem sido acusado de violência.

Nas últimas quatro décadas, a Irmandade introduziu sua marca de islamismo fundamentalista nas escolas, mesquitas e na mídia egípcia, de acordo com o autor e intelectual Tarek Heggy.

Os cristãos egípcios, conhecidos como coptas, pertencem à Igreja Ortodoxa e totalizam 12 milhões entre os 79 milhões de habitantes do país. Existem grupos menores de católicos e protestantes.


Tradução: Vanessa Portella



Fonte: Compass Direct

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Igrejas são destruídas no norte da Nigéria

NIGÉRIA (32º) - Na cidade de Yelwa, Estado de Bauchi, duas igrejas foram invadidas em um período de três dias.

Relatos indicam que muçulmanos da região desmantelaram as fundações de uma nova igreja da denominação Igreja de Cristo na Nigéria (COCIN), no dia 16 de novembro.

O comandante do Exército, o comissário de polícia e o vice-governador de Bauchi visitaram a área no dia seguinte, a fim de investigar o incidente. Foi designado um guarda para o local.

No entanto, a despeito da presença dessas autoridades, uma igreja anglicana foi destruída a apenas dois quilômetros de distância na noite do dia 18 de novembro.

Embora sejam menos freqüentes os ataques contra templos cristãos, as igrejas na região central e no norte da Nigéria, onde se situa o Estado de Bauchi, ainda sofrem. Elas geralmente têm problemas para conseguir um terreno no qual se estabelecer, ou ainda, obter permissão para fazer a construção do prédio.

É muito comum que os templos sejam destruídos segundo as ordens de autoridades locais, sem que a igreja seja indenizada.

Construções interrompidas

Na cidade de Gwoza, norte do país, uma igreja católica de 50 anos foi obrigada a erigir um portão alternativo depois que uma escola islâmica bloqueou o acesso pelo portão original.

Na região da cidade de Katsina, Estado de Katsina, um pastor pentecostal e sua congregação são assaltados com freqüência: o prédio é apedrejado durante os cultos dominicais, os carros dos membros da igreja são arranhados e os pneus são furados. O pastor tem problema em uma perna, depois de ter sido agredido por jovens da região.

Uma congregação católica na área de Kankara, em Katsina, também foi impedida de finalizar a construção de seu prédio, em obras desde 1986.

Uma igreja carismática em Mani, Katsina, foi impedida de terminar a construção de seu novo prédio. A prefeitura finalizou a obra e transformou o edifício em uma biblioteca.

Diz-se também que a Assembléia Legislativa do Estado de Kano teria anunciado uma medida legal, proibindo o uso da terra para a instalação de novas igrejas, mesmo se a terra em questão pertencesse a um cristão.

Um nigeriano comentou a Christian Solidarity Worldwide (CSW): "Isso ilustra a inconstância de tais incidentes nos Estado do norte. Embora as autoridades pareçam prontas para promulgar a paz, elas ainda têm de permear o segmento intolerante da sociedade, que continua a fomentar a tensão religiosa, agindo quando bem entendem”.


Tradução: Daila Fanny



Fonte: Christian Solidarity Worldwide

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Pastor cubano completa seis meses na prisão

CUBA (28º) - O pastor Omar Gude Pérez foi detido na cidade de Camaguey no dia 22 de maio, sendo acusado de “tráfico humano”.

Após sua prisão, autoridades do governo efetuaram o inventário da casa de sua família e ameaçaram confiscar sua casa e seus bens. Eles ainda não cumpriram com o que foi dito, mas a família sente-se muito vulnerável.

Sua esposa, Kênia, só pode visitar seu marido a cada 21 dias. Ela reclamou de ser assediada pelos guardas quando o visita. Seus filhos, Omar, 14, e Kelia, 11, não têm permissão para visitar o pai.

O advogado do pastor Omar está tentando libertá-lo sob fiança, pelo menos até que ele vá para julgamento. Entretanto, ainda foi marcada uma data para isso acontecer.

Enquanto o pastor tem sido acusado de pegar dinheiro para ajudar pessoas a deixar o país ilegalmente, essas acusações são negadas por sua família e por outros grupos religiosos, dentro e fora de Cuba, que estão a par do caso.

O pastor Omar, sua família e sua igreja relatam que eles têm recebido ameaças de autoridades do governo há meses, antes mesmo de sua detenção. Eles acreditam que ele tenha sido alvo por causa de sua posição como um dos três líderes principais da Reforma Apostólica – um movimento religioso não-denominacional e nem político, muito ativo em evangelismo e no crescimento da igreja.

Sem nenhuma associação com redes denominacionais internacional, a Reforma Apostólica está vulnerável ao assédio. Líderes da igreja informaram que seus telefones estão grampeados, e que eles estão sendo vigiados a ameaçados. Muitos membros da Reforma Apostólica estão sendo ameaçados de perder seus empregos caso não deixem essa igreja.

Antes de sua prisão, o pastor Omar e sua esposa trabalhavam com um casal para começar uma pequena escola bíblica. Como parte de seu ministério, o Movimento Apostólico Nações para Cristo, eles supervisionam muitos pastores e líderes em toda Cuba e têm trabalhado para treinar líderes para que o ministério cresça.

Interceda por essa família. Peça que Deus lhes dê forças e esperança, e que logo o pastor retome suas atividades ministeriais.


Tradução: Vanessa Portella



Fonte: International Christian Concern

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

São Paulo terá três novos megatemplos religiosos

Por Renato Cavallera

SÃO PAULO - Com mais de 2 mil anos de história, os católicos abriram mão da estética tradicional das igrejas e vão abusar das curvas, placas metálicas e concreto para erguer em Interlagos, na zona sul, o novo santuário Mãe de Deus - Theotokos, em grego -, que receberá as missas do padre Marcelo Rossi. O modernismo contemporâneo, com a assinatura do arquiteto Ruy Ohtake, marca os novos ventos trazidos ao catolicismo pelos carismáticos.

Já os evangélicos da Universal do Reino de Deus, congregação com 31 anos de vida, seguiram caminho inverso. Foram buscar inspiração no passado, mais precisamente no século 11 antes de Cristo, para construir a nova sede mundial da igreja, na Avenida Celso Garcia, no Brás, região central. O novo prédio será uma réplica do Templo de Salomão, o primeiro templo de Jerusalém.

Em Santa Cecília, em um quarteirão colado ao bairro de Higienópolis, a nova sinagoga da Congregação Mekor Haim deve ser o maior centro de educação religiosa para judeus ortodoxos de São Paulo. Com seu estilo funcional, poderia passar por um prédio empresarial, não fossem os pilares de concreto na calçada para evitar carros-bomba e o topo em formato triangular.

Até 2010, representantes de católicos, evangélicos e judeus ortodoxos esperam ter finalizado os três templos, que seguramente farão parte da lista dos principais do Brasil, atraindo centenas de milhares de fiéis. O Santuário Mãe de Deus, por exemplo, terá capacidade para receber 100 mil pessoas, duas vezes mais do que a Basílica de Nossa Senhora Aparecida, no interior de São Paulo, e 30 vezes mais do que a Catedral da Sé.

O padre Marcelo Rossi afirma que o catolicismo precisa atualmente de religiosos que entendam a importância de reunir pessoas em um mesmo lugar para celebrar. “A fé se transmite e retransmite. Esse efeito do contágio, da emoção das grandes celebrações, deve ser levado em conta para o fortalecimento da fé”, diz.

Multidões de evangélicos também serão esperadas na Celso Garcia. Atualmente, a Igreja Universal já conta com um templo para 4 mil pessoas na região. A nova sede ficará poucos metros adiante, na mesma avenida, em um terreno de 23 mil metros quadros. Serão 12 andares, dois subsolos, com 64,5 mil m² de área construída.

No novo Templo de Salomão da Igreja Universal haverá um amplo salão com capacidade para 9.500 pessoas sentadas. O tamanho da romaria de fiéis, contudo, é imprevisível. A sede mundial da Igreja Pentecostal Deus É Amor, com mais 70 mil metros quadrados, também localizada na região do Brás, já chegou a receber 110 mil fiéis em um só dia.

Fonte: OESP
Via: Pavablog

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Novo presidente das Maldivas assume e enfrenta grandes desafios

MALDIVAS (4º) - Nesta terça-feira, 11, Mohamed Nasheed assume o governo das Maldivas, após ter derrotado o presidente Maumoon Abdul Gayoom, nas eleições do último dia 29 de outubro.

Em 1978, Maumoon Gayoom, hoje com 71 anos, instalou-se no poder, e, seguindo a linha de outros ditadores, tais como Fidel Castro, de Cuba, ou Robert Mugabe, do Zimbábue, fez de tudo para permanecer na liderança da nação. Seu governo totalizou 30 anos. Ele vinha tentando alterar a constituição para manter sua posição até sua morte, mas, em 2003, devido a protestos da população, Gayoom não teve outra opção a não ser iniciar algumas reformas democráticas.

Em 2005, autorizou a legalização de partidos políticos. Até o início de 2008, ele vinha recorrendo a emendas constitucionais e referendos para se perpetuar no poder, mas, em agosto, aceitou a entrada em vigor de uma nova Constituição, que permitiu a convocação de uma eleição.

Gayoom vinha sendo acusado de corrupção e de recolher para si ilegalmente 40 milhões do dinheiro liberado pelas Nações Unidas no incidente do tsunami.

Reviravolta no segundo turno

O primeiro turno das eleições ocorreu no dia 8 de outubro e, segundo as estatísticas, Gayoom foi para o segundo turno com grande vantagem. Mas uma reviravolta aconteceu e o opositor Mohamed Nasheed, 41 anos, venceu as eleições, que registraram uma participação de 86,5% da população. Gayoom obteve 45,79% dos votos contra 54,21% de Nasheed.

Nasheed, conhecido como Anni, é um ex-prisioneiro político comparado a Nelson Mandela. Ele permaneceu bom tempo preso e exilado. Nasheed prometeu transformar a república laica das Maldivas em uma genuína nação islâmica. A população é de 370.000 muçulmanos sunitas, disseminados em 1.192 ilhas.

As expectativas de mudança no país são grandes, apesar da falta de apoio que o novo presidente enfrentará ao assumir o governo (o partido de Gayoom tem a maioria de cadeiras no parlamento).

Desafios pela frente

Nasheed, que ganhou as eleições sob o slogan “A outra Maldivas”, enfatizando uma reforma econômica no país, terá de enfrentar muitos problemas, como uma alta densidade demográfica, alto desemprego entre jovens, o crime que tem aumentado, uma epidemia do uso de heroína (30.000 usuários), entre outros. Além disso, há a questão religiosa, com o extremismo representando uma ameaça real. Em setembro de 2007, 12 turistas foram feridos em um atentado a bomba. O “Partido Adhaalath”, considerado conservador religioso e que apoiou Nasheed no segundo turno, defende a pena de morte nos casos de apostasia. O partido já reivindica espaço no governo. Certamente o novo governante terá dificuldades de conciliar esses interesses com os dos jovens liberais atraídos pelo Partido Democrático Maldívio, pelo qual Nasheed foi eleito.

Repressão religiosa

A República das Maldivas é conhecida como um destino turístico, mas também é um local onde as pessoas sofrem repressão severa no que diz respeito à liberdade de expressão, de pensamento e de religião. É um dos poucos Estados – como a Arábia Saudita –, que permite somente a prática de uma religião e exige que todos os cidadãos sejam muçulmanos.

A prática de outras religiões, incluindo outras formas de islamismo diferentes do sunismo, é banida. O Estado consegue monitorar toda forma de expressão religiosa e tem poder para piorar as condições de vida da maioria da população.

Nenhum dos candidatos que concorreram à presidência da República se importava em melhorar as leis neste aspecto. A nova Constituição alega que o islamismo faz parte da cultura histórica dos nativos das Ilhas Maldivas. De acordo com o Artigo 9, os cidadãos que não forem muçulmanos vão perder a chance de viver em Maldivas. Isso preocupa a nação, uma vez que as pessoas que se converterem a outras religiões ou até mesmo os filhos de nativos casados com pessoas que não partilhem a mesma fé, correm o risco de perder a cidadania.

A situação piora quando aqueles que se opõem à religião do país acabam sendo presos e perdendo o emprego. Os emigrantes não têm coragem de declarar outra fé, e os trabalhadores imigrantes também precisam se adaptar à religião do país. Até material religioso, como livros, folhetos, programas de internet ou de rádio, são banidos quando encontrados pelo governo. As malas dos turistas também são revistadas a procura de artigos desse gênero. Até nas escolas, a religião ensinada é o islamismo. Casamentos são reconhecidos somente entre muçulmanos.

Com informações de EFE, AFP, The Economist e Minivan News


Tradução: Texto traduzido pela fonte



Missão Portas Abertas

domingo, 9 de novembro de 2008

Muçulmanos oram contra reconstrução de Igreja

INDONÉSIA (47º) - Mais de mil muçulmanos se reuniram e oraram na manhã de 26 de outubro para protestar contra a reconstrução da Igreja Cristã Protestante de Batak (HKBP) em Cinere, Depok, no oeste da província de Java. Eles exigiam que o governo local revogasse a permissão de reconstrução, e que demolisse o primeiro andar, já levantado.

O encontro de três horas aconteceu numa rua pública, a 50 metros de distância do local da construção.

Organizada pelo Fórum de Solidariedade Muçulmana de sete bairros do oeste de Java, o evento contou com cinco líderes muçulmanos que proferiam mensagens de ódio contra os cristãos. “Se o governo falhar em atender às nossas demandas, nós mesmos queimaremos as fundações da igreja”, disse um deles.

Homens e mulheres vieram de fóruns islâmicos e de várias organizações muçulmanas de toda Cinere, incluindo o grupo radical Frente dos Defensores Islâmicos. A Frente foi acusada pelo incidente de 1º de junho no Monumento Nacional, que feriu pelo menos 70 membros da Aliança Nacional pela Liberdade de Fé e Religião. Muitos membros da FPI foram presos.

Mais de 400 oficiais de polícia foram designados para cobrir o protesto. Apesar das provocações dos líderes, a multidão permaneceu passiva. Autoridades locais estavam na lista de convidados, incluindo o líder da vila, o responsável pelo sub-distrito de polícia e o chefe do distrito de polícia. Mas nenhum deles compareceu.

O primeiro protesto

O lugar da construção era uma propriedade que a HKBP comprou em 1992. Cinere, então, estava sob a administração da cidade de Bogor, a qual concedeu à HKBP permissão para construir. Em 1998, a fundação estava pronta, mas os vizinhos muçulmanos contestaram imediatamente.

“Nós suspeitávamos de que a permissão (para construir) não era legítima. A HKBP deve ter fornecido ao governo um número maior de membros apenas para conseguir a permissão,” disse o advogado da Equipe de Defensores Muçulmanos, Ahmad Mihdan.

Nesse ínterim, a administração de Cinere foi transferida de Bogor para Depok. O novo escritório bloqueou a construção da igreja com uma carta emitida em 2000, e a HKBP decidiu se submeter à decisão das autoridades.

No ano passado, a denominação tentou reconstruir a igreja com a permissão original da administração de Bogor. Porém, enfrentou protestos novamente. Cartazes foram espalhados pela vizinhança e no local da construção, rejeitando uma igreja numa comunidade muçulmana. “Tirar esses cartazes significa guerra”, disse um dos distribuidores dos cartazes em Cinere.

“Pedimos à administração de Depok que propicie um encontro entre a comunidade muçulmana e o comitê de construção da HKBP”, disse o advogado Mihdan, que estava presente no evento do último domingo. O Fórum de Harmonia Inter-religioso está estudando o caso e irá enviar ao governo local suas recomendações.


Tradução: Cláudia Krüger



Missão Portas Abertas

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Falta de unidade limita crescimento eleitoral dos evangélicos

O crescente número de evangélicos registrado nos últimos anos faz do segmento um atraente nicho de potenciais eleitores. De 1940 a 2000, passaram de 2,6% para 15,4% da população brasileira. Hoje, são cerca de 30 milhões de fiéis em todo o país. Por outro lado, rejeição por parte de setores laicos ou ligados a outras religiões e falta de unidade entre as igrejas têm limitado o poder político do rebanho.

Nessas eleições municipais, a representatividade política da Convenção Geral das Assembléias de Deus (CGADB) apresentou queda de quase 9% em relação ao resultado obtido em 2004. A igreja possui aproximadamente 8,5 milhões de fiéis, segundo dados do IBGE no Censo 2000, o que faz dela a mais numerosa do país, com 28% de todos os evangélicos do país. No pleito de 2004, a CGADB emplacou 1.080 vereadores. Este ano, dos 1.400 nomes lançados, 920 foram eleitos.

O presidente do Conselho Político da CGADB, pastor Ronaldo Fonseca, acredita que não há motivos para preocupação. Para ele, a variação é leve e natural, fruto de um acaso derivado do quociente partidário - que representa o número de vagas que cada partido ocupará, resultado da divisão entre o número total de votos obtidos e de vagas destinadas ao cargo em questão. “Nosso trabalho nessas eleições aumentou. Essa queda é pequena e não muda nada”, avalia.

Apesar de não ser tão significativo, o número representa o descompasso que o segmento vive. O número de fiéis aumenta, mas a penetração política não. O surgimento de igrejas evangélicas com orientações diversas e sem articulação entre si é apontado como um obstáculo para a coordenação do poder de eleição dos fiéis.

“Cresceu bastante o número de igrejas, mas é muito fragmentado. No segmento católico, é bem mais fácil articular, pois é uma única igreja. Nós temos inúmeras denominações, cada uma com um líder”, explica o deputado João Campos (PSDB-GO), presidente da Frente Parlamentar Evangélica no Congresso.

As facilidades para abrir uma nova igreja evangélica e a ausência de normas rígidas de controle são motivos de fragmentação das vertentes políticas de cada denominação. O pastor Celso Carbonara, de uma congregação da Assembléia de Deus em Brasília, admite a independência. “Não é como abrir um McDonald’s, que toda loja tem que seguir um padrão. É como abrir uma empresa, pode usar o nome sem autorização da matriz”, relata.

João Campos justifica, assim, a dificuldade para obtenção de dados concretos sobre a influência política dos evangélicos. Até o momento, a frente desconhece o número de candidatos eleitos apoiados pelas igrejas este ano e, mesmo, nas eleições passadas. No entanto, o deputado acredita que a diversificação deve ser encarada com otimismo.

(Fonte: Jornale Curitiba)

No exílio, somalis cristãos são alvo de compatriotas


SOMÁLIA (12º) - Nur Mohamed Hassa é um dos somais refugiados, em Nairóbi, capital do Quênia, sob asilo do Alto Comissariado da ONU para Refugiados.

Apesar da proteção, sua casa foi invadida por cinco muçulmanos que agrediram sua família e ele.

“No dia 14 de outubro, cinco muçulmanos entraram na minha casa por volta das 22 horas e nos obrigou a sair depois de nos terem agredido”, Mohammed Hassan contou, acrescentando que o mais novo de seus oito filhos tem uma doença no fígado.

“Graças a Deus a polícia chegou imediatamente e salvou nossas vidas. Há dois dias estamos dormindo fora de casa, no frio. A polícia tem nos protegido, mas eu quero saber até quando isso vai continuar.”

Atualmente, Nur vive em Eastliegh, Nairóbi, com sua esposa e seus filhos. Ele fugiu de Mogadíscio depois que os muçulmanos assassinaram sua irmã, Mariam Mohammed Hassan, em 2005, supostamente porque ela distribuía Bíblias na capital.

“Nossa situação não é melhor do que a de nossos irmãos na Somália, que têm sido mortos como cães quando se descobre que são cristãos”, contou Nur. “Não estamos a salvo aqui em Eastleigh. Os muçulmanos mataram minha irmã em Mogadíscio e agora planejam matar minha família e eu.”

Ele disse que, nos últimos três anos em Nairóbi, ele tem sofrido muitos reveses nas mãos de outros imigrantes somalis.

“Sem dúvida, a situação dos ex-muçulmanos no Quênia e na Somália é desastrosa e horrível – estamos arriscando nossas vidas por escolher seguir Cristo”, afirmou. “Minha família está em perigo. Sem paz, sem segurança. Temos falta de coisas básicas do dia-a-dia.”

A Somália é um dos países mais perigosos no mundo, e está sujeita a homens-bomba, piratas e rotineiras violações dos direitos humanos. Os militantes islâmicos são contra as intervenções de tropas estrangeiras, especialmente as da vizinha Etiópia.

Os cristãos e qualquer pessoa que simpatize com os ideais do ocidente viram alvo dos radicais. Agentes humanitários estrangeiros ficaram especialmente vulneráveis neste ano.

Grupos de ajuda contabilizaram a morte de 24 agentes em mais de cem ataques, conforme as agências humanitárias. Vinte deles eram somalis.
Em sua estratégia para desestabilizar o governo, os militantes atacam grupos humanitários. A ONU estima que 3,2 milhões de somalis (praticamente um terço da população) dependem dessa ajuda.

Clérigos islâmicos somalis, como Ahlsunna Waljamea condenam o assassinato de agentes humanitários na Somália.



Tradução: Claudia Skobelkin



Fonte: Compass Direct

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Líder cristão compartilha sua experiência de 40 anos de ministério em favelas cariocas

“Fico perplexo ao ver igrejas grandes, em favelas também grandes, sem um mísero curso de alfabetização. Pregar a palavra, sim, mas é preciso entender a importância de também salvar a vida, além da alma. Nesse sentido, ação social é fundamental”. A opinião é do pastor e psicólogo Macéias Nunes que, há 40 anos, lidera igrejas localizadas em favelas cariocas. Atualmente, ele atua na Igreja Batista do Leme, no morro do Chapéu Mangueira, na Zona Sul carioca. Numa entrevista à Agência Soma publicada originalmente pela Revista Palavra de Paz, e reproduzida a seguir na íntegra, o líder compartilha outras de suas experiências.

Há quanto tempo você trabalha em ministérios dentro de comunidades carentes?
Pr. Macéias- Há 40 anos. Vim para o Rio de Janeiro com 7 anos de idade e fui morar no Jacarezinho com minha mãe e meus oito irmãos. Residimos quinze anos lá. Mudamos depois para Maria da Graça, mas nunca deixei de estar ligado à favela. Fui seminarista no Jacarezinho, pastor no Morro dos Prazeres, em Santa Tereza, pastor de novo no Jacarezinho, onde também presidi a Associação Evangélica, trabalhei como missionário na Favela Bandeira Dois, em Del Castilho, e pastoreio há 10 anos a Igreja Batista do Leme, nas comunidades de Chapéu Mangueira e Babilônia.

Com toda essa experiência sobre favela, o que você acha importante destacar sobre o assunto?
Pr. Macéias- Para mim, favela não devia existir. Se é certo que ela é a única opção de moradia para o verdadeiro carente, que realmente não tem onde morar, é certo também que a favela é o gueto da subcidadania. O favelado não é um cidadão completo, a começar pelo fato de não possuir o registro de propriedade de sua casa. No bairro, para entrar em um domicílio qualquer, a polícia precisa de um mandado judicial. Na favela, não. Ela chega atirando, arrombando portas de bandidos e trabalhadores, agindo, enfim, como se ali todos fossem delinqüentes.

A solução, então, seria acabar com as favelas?
Pr. Macéias- Sem dúvida que sim. Em geral, certos políticos não pensam assim, por motivos eleitorais. O favelado é um bom cliente dos favores eventuais deste ou daquele candidato e, nesse sentido, um voto garantido. Do ponto de vista operacional, não é fácil remover favelas. Era preciso começar com as menores, em especial as que estão à beira de rios. Também não adianta criar imensos núcleos habitacionais com ex-favelados. Daqui a pouco, aquilo vira favela de novo. É preciso criar núcleos menores, com condução para os locais de trabalho e todos os serviços disponíveis para um bairro normal da cidade.

Nesse seu tempo de pastor em favelas, como tem sido a relação com o banditismo?
Pr. Macéias- Afora um ou outro episódio mais dramático, nossas relações são respeitosas. Minha tese é a seguinte: ainda que eu veja o homem ou a mulher armados em plena rua, ou mesmo vendendo drogas, para mim ele é um cidadão como qualquer outro. Não sou eu que tenho que prendê-lo. Para isso existe o poder público. Suponhamos que eu ou qualquer outro cidadão denunciemos os traficantes: eles serão presos, um advogado bem pago os soltará em pouco tempo, ou até mesmo um delegado qualquer receberá uma boa quantia para soltá-los e nós, que prestamos um bom serviço à sociedade, iremos morar no cemitério mais próximo.

Mas isso não significa ser conivente com o crime?
Pr. Macéias- Não. Primeiro porque não os apoiamos financiando seu negócio maligno. Não compramos drogas. Quem financia bandido é quem compra o que eles vendem. Em geral, as classes média e alta. Também não legitimamos seu poder paralelo. Minha orientação pastoral aos membros de nossa igreja é que jamais, em hipótese alguma, peçam favor a bandido. Se você recebe uma merrequinha qualquer de bandido para comprar um analgésico, ele se sentirá o dono do morro e também no direito de exigir que você esconda armas ou drogas em sua casa. Seu poder estará legitimado. Isso se estende a outras áreas, como resolução de conflitos familiares ou habitacionais. Além do mais, eu denuncio, em minhas pregações, o tráfico de drogas e a delinqüência em geral. Prego para eles nos becos e nas casas. Sou respeitado porque não compactuo com eles, mas os respeito como pessoas. São pecadores como quaisquer ou-tros. Aliás, sabemos que em matéria de pecado, os poderosos das altas esferas da República têm uma conta muito maior a pagar com Deus do que os delinqüentes criminais.

Mencione algumas experiências difíceis que você, como pastor, viveu em seu ministério nas favelas.
Pr. Macéias- No Jacarezinho, bandidos me ameaçaram de morte por entenderem que eu estava discriminando pessoas no programa do leite, o que não era verdade. Na Bandeira Dois, o chefe do tráfico proibiu minha entrada porque minha pregação estava atrapalhando seus negócios. Depois se arrependeu e me pediu perdão. Há vários outros episódios, mas o que mais me dói é ver garotos de 18, 20 anos, que cresceram em famílias crentes, sendo mortos em confrontos com outros bandidos ou com a polícia. Já perdi a conta. Alguns desses casos relato em meu livro “Favela Violenta”.

Nesse contexto tão complicado, qual deve ser o papel da igreja?
Pr. Macéias- Antes de tudo, pregar a palavra. O poeta Drummond dizia que lutar com a palavra é a luta mais vã, mas lutar com a Palavra de Deus é garantia de eficácia na transformação de vidas. Tenho visto muitas conversões de bandidos, pais de santo, prostitutas e, num milagre ainda maior, de pessoas bem postas na sociedade, bons cidadãos, cumpridores de seus deveres, mas que são tão pecadores – ou até mais – quanto os marginalizados da vida. Pregar a palavra, sim, mas entender que é preciso salvar a vida, além da alma. Nesse sentido, ação social é fundamental. Fico perplexo ao ver igrejas grandes, em favelas também grandes, igrejas estas sem um mísero curso de alfabetização ou coisa parecida. Pela graça de Deus, na Igreja Batista do Leme, sem contarmos com recursos financeiros, Deus tem nos ajudado a manter uma forte estrutura de ação social, com um grande número de projetos. Pessoas de outras regiões têm vindo até nós para aprender sobre o tema. Igreja de favela sem projeto de ação social é um contra-senso. Só o Cheque-Cidadão, que muitos criticaram como assistencialista, distribuímos durante sete anos. Mantemos há 11 anos uma creche comunitária. Temos curso de informática, de reciclagem e artesanato, bazar comunitário e cursos supletivos de primeiro e segundo graus. Não temos dinheiro, apenas visão. Os recursos, Deus envia. Ele é fiel. (Macéias Nunes foi entrevistado por Lenildo Medeiros)

Soldado que protegia cristãos em Orissa é assassinado


ÍNDIA (30º) - No dia 13 de outubro, um soldado paramilitar designado para proteger cristãos da violência em Kandhamal, Estado de Orissa, foi golpeado e assassinado por uma quadrilha na vila de Sisapanga.

O corpo do soldado da Reserva da Força Policia Central (RFPC) foi encontrado em uma floresta próxima à vila. Acredita-se que ele tenha sido morto a golpes pelos aldeões durante a maior onda de violência contra os cristãos da História recente da Índia.

“A polícia descobriu o corpo na noite da segunda-feira, dia 13 – o soldado tinha feridas no torso e na cabeça”, disse o superintendente de polícia do distrito, Praveen Kumar.

“Aparentemente, ele foi espancado com porretes e morto por um objeto pontiagudo”. A vila de Sisapanga está sob a jurisdição da polícia de Raika.

Segundo Praveen, enquanto um dos homens conseguiu escapar sem ferimentos, o outro foi morto durante o ataque.

“O soldado foi a Sisapanga acompanhado de um motorista para comprar mantimentos. Um grupo de seis ou sete homens o atacou pelas costas, levou-o até a floresta e o golpeou até a morte”, disse Praveen ao jornal The Times of India (TOI). “O motorista teve a sorte de escapar.”

É a primeira vez que alguém da força de segurança do país é alvo da violência em Orissa.

“O assassinato do jawan (soldado) da RFPC acontece no momento em que os pedidos de retirada da força paramilitar começam”, disse um representante da polícia ao TOI. “A RFPC prendeu muitas pessoas, a maioria delas pertencente a tribos, nas últimas duas semanas.”

Uma fonte do local que prefere permanecer anônima disse ao Compass que os agressores avisaram às autoridades, através da mídia, que matariam mais soldados da RFPC se as forças não retrocedessem.

Promessas

No dia 11 de outubro, em meio a várias promessas de proteção por parte do governo, uma quadrilha derrubou um edifício da Igreja do Norte da Índia, na vila de Sikuli, no distrito de Kalahandi. No mesmo dia, o grupo queimou duas casas de cristãos na vila.

Duas mulheres que tiveram suas casas incendiadas por extremistas hindus acabaram morrendo. Minakshi Pradhan, de 22 anos, contraiu malária e tifóide depois de fugir para um campo de refugiados, foi admitida ao hospital MKCG Berhampu aonde veio a falecer no dia 16 de outubro.

“Minakshi deixou um filho de quatro anos”, disse uma testemunha que prefere permanecer no anonimato. Minakshi e seu esposo Anand Pradhan, que sobreviveu ao evento, eram da vila de Murudipanga.

A outra mulher, Mili Pradhan, foi diagnosticada com um tumor no estômago depois de sua casa ter sido incendiada no dia 29 de agosto e ela e o marido terem de fugir para Berhampur. Em meio à operação, os médicos diagnosticaram leucemia, e ela morreu no mesmo hospital de Minaksho no dia 15 de outubro. Mili deixa uma filha de 18 meses.

O Ministro-Chefe de Orissa, Naveen Patnaik, disse em uma entrevista ao canal NDTV de televisão que metade das mil pessoas presas no Estado por causa dos motins pertence aos grupos extremistas hindus Bajrang Dal e Vishwa Hindu Parishad (VHP). Naveen acrescentou que considera o Bajrang Dal um grupo fundamentalista.

Em reação, Subash Chouhan, co-coordenador nacional do Bajrang Dal, disse, “o fundamentalista na verdade é Naveen Patnaik, e não o Bajrang Dal. O ministro está tentando mostrar seu caráter secular, tentando implementar os interesses das organizações cristãs”.

A polícia de Orissa prendeu um dos “mais procurados” dos motins anticristãos do distrito de Kandhmal.

Segundo notícias, Manoj Pradhan, um líder tribal chave, foi preso em um apartamento em Berhampur na noite de 15 de outubro.

“Enquanto investigamos o caso, estamos descobrindo que é um dos mais complicados que já tivemos”, disse o inspetor-geral de polícia, Arun Ray, à mídia. “Identificamos os autores dos crimes, prendemos pessoas e prenderemos outras”.


Tradução: Priscilla Figueiredo



Fonte: Compass Direct

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Ataques podem ter sido motivados por protesto de cristãos

IRAQUE (21º) - Não se pode dizer o que está por trás dos ataques que os cristãos sofreram em Mosul, onde as tropas iraquianas e americanas têm conduzido operações contra o grupo militante sunita al-Qaeda. Os ataques contra os cristãos acontecem logo depois de uma câmara legislativa iraquiana votar pela retirada de uma cláusula na sua nova lei eleitoral da província, o artigo 50.

Esse artigo protege os direitos das minorias, garantindo-lhes um representante nos conselhos da província. A mudança nessa lei, ocorrida no começo de outubro, levou os cristãos de Mosul a protestar. Acredita-se que os tais protestos tenham motivado os ataques contra a comunidade cristã. No encontro que os líderes da comunidade cristã tiveram com o primeiro-ministro Nuri al-Maliki, pediu-se que o Artigo 50 fosse restaurado.

Al-Maliki afirmou aos líderes cristãos que ele mencionaria esse caso na próxima reunião do Parlamento. Ainda que se recusem em relacionar os ataques aos protestos, o padre Basher Warda disse à agência de notícias Compass que achou que os ataques foram coordenados. “Pode até ser coincidência, ou talvez seja um momento oportuno para a violência”, disse Basher. “Mas, independentemente do motivo, me parece que existia um plano para essa violência vir à tona.

Não podemos afirmar que é só coincidência, pois tudo aconteceu muito rapidamente.” Bahser disse que varrer os cristãos de Mosul é “uma tarefa colossal”.
“Estamos falando de 1.700 famílias que tiveram que fugir em 9 dias”, afirma. Devido aos ataques contra igrejas e indivíduos, cristãos do Iraque tiveram de fugiram para as cidades próximas, abandonando seus negócios e suas casas.

Alguns dos refugiados de Mosul pediram abrigo tanto na Turquia quanto na Síria. Mas são as pequenas e despreparadas aldeias que cercam a cidade que têm recebido a maior parte dos fugitivos segundo Basher. O interesse principal dos líderes da Igreja, nesse momento, é o retorno dos que fugiram.
“[Mosul é] parte da história deles, da sua herança e lembranças. Temos de fazer algo”, disse Basher. Aqueles com os quais conversou tinham muito medo de voltar para suas casas e não sabem se podem confiar na proteção do governo.

Quando foi perguntado sobre a possibilidade de Mosul perder toda a população cristã, Basher respondeu: “Não quero pensar nisso, pois seria uma tragédia para todo o povo. As escolhas são limitadas. A minha preocupação agora é com os cristãos que estão abandonando a cidade”.
Apesar de otimista em relação à situação da comunidade cristã de Mosul, o bispo auxiliar da Igreja Caldeia de Bagdá, Shlemon Warduni, não hesitou em criticar o que ele considera “silêncio” da comunidade internacional sobre os direitos humanos da comunidade cristã no Iraque.

“Quero dizer ao primeiro mundo que, desde o princípio, ninguém falou nada. Ninguém está falando sobre os direitos dos cristãos e das minorias no Iraque. Estamos esperando apoio do exterior, pelo menos como seres humanos, não só como cristãos”, diz Shlemon.


Tradução: Claudia Skobelkin

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